ads
Eleições -
Deputados ignoram lobby de prefeitos e aprovam texto-base do adiamento das eleições
Termômetro da Política
Compartilhe:
Maioria dos deputados votaram a favor da alteração nas datas. Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

Não adiantou o lobby dos prefeitos. O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta quarta-feira (1º), em primeiro turno, por 402 votos a 90, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que adia as eleições municipais deste ano em razão da pandemia causada pelo novo coronavírus. O placar também registrou 4 abstenções. Falta votar destaques que podem alterar pontos do texto.

Conforme a proposta, os dois turnos eleitorais, inicialmente previstos para os dias 4 e 25 de outubro, serão realizados nos dias 15 e 29 de novembro. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa medidas para assegurar o pleito com garantias à saúde. As novas datas não agradavam os prefeitos que pretendem disputar a reeleição. Eles preferiam que o calendário continuasse inalterado, por muitos entenderem que, assim, teriam as chances potencializadas.

“A alteração do calendário eleitoral é medida necessária no atual contexto da emergência de saúde pública”, disse o relator, deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR). “Os novos prazos e datas são adequados e prestigiam os princípios democrático e republicano, ao garantir a manutenção das eleições sem alteração nos períodos dos mandatos”, continuou.

O relator destacou ainda que as mudanças sugeridas resultaram de debates entre Câmara, Senado e TSE, além de representantes de entidades, institutos de pesquisa, especialistas em direito eleitoral, infectologistas, epidemiologistas e outros profissionais da saúde. A PEC 18/20 é de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Durante as discussões nesta tarde, os deputados Hildo Rocha (MDB-MA) e Bia Kicis (PSL-DF) criticaram o texto. Para Rocha, o adiamento favorecerá os atuais prefeitos e vereadores. “Os governantes poderão fazer mais propaganda, ferindo a isonomia”, afirmou. Kicis alertou para possível aumento dos gastos de campanha.

Termômetro da Política com assessoria da Câmara dos Deputados

Compartilhe: