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Cultura -
Netos de Luiz Gonzaga denunciam apropriação indevida da obra do avô durante live de Bolsonaro
Termômetro da Política
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Riacho do Navio/ Corre pro Pajeú/ O rio Pajeú vai despejar/ No São Francisco/ O rio São Francisco/ Vai bater no mei do mar…

Música de Luiz Gonzaga e Zé Dantas teve letra alterada para inserção do nome de Bolsonaro (Foto: Reprodução/YouTube)

Não bastasse o desmonte às políticas de fomento e incentivo às artes no Brasil, o governo federal promove o achincalhe. Na transmissão ao vivo realizada nessa quinta-feira (2) pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a música “Riacho do Navio”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, executada pelo presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, foi transfigurada para fins políticos.

Mexeram na obra-prima de Gonzagão para inserir Bolsonaro na letra da música, em referência à entrega do Eixo Norte da Transposição do rio São Francisco, obra criada e executada em quase sua totalidade pelos governos do PT, entregue por esta gestão.

Se apropriar de produto artístico sem autorização é típico de fascistas. Das pessoas que querem consumir cultura mas não dão valor a quem vive das artes. É modus operandi dos medíocres, como estes que compõem o governo Bolsonaro.

Logo no dia seguinte, os netos de Luiz Gonzaga publicaram uma nota em repúdio à apropriação e adulteração da música do Rei do Baião. Em seu perfil no Instagram, Amora Pêra postou um texto, que chamou de “Nota de Nojo”, assinado também por Nanan Gonzaga e Daniel Gonzaga.

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NOTA DE NOJO Diante da impotência e da impossibilidade de processo por propaganda indevida, por dupla apropriação, da canção de Luiz Gonzaga e Zé Dantas e do projeto do Rio São Francisco; nós, filhos de Luiz Gonzaga do Nascimento Jr, netos de Luiz Gonzaga, o Gonzagão, apresentamos uma NOTA DE NOJO diante deste governo mortal e suas lives. Governo que faz todos os gestos ao seu alcance para confundir e colocar em risco a população do Brasil, enquanto protege a si mesmo e aos seus. Não estamos de acordo com o uso da canção Riacho do Navio, nem sua alteração, nem sua execução (com duplo sentido) pelo Senhor Gilson Machado Neto, presidente da Embratur, em transmissão ao vivo pelo Senhor Presidente. E, AINDA QUE SIMBOLICAMENTE, não autorizamos ao Governo Federal o uso das canções assinadas por nenhum de nossos familiares, ou suas respectivas partes. Sonhamos com o dia em que nosso país volte a ser e a ter respeito e honestidade em relação à sua história, suas injustiças e desequilibrios. Sonhamos o dia em que se volte a reconhecer, dentro do país, a importância da Cultura, das artes Brasileiras, e seu imenso legado por gerações, assim como o é em todo o mundo. Sonhamos com o dia em que a informação e o conhecimento sejam distribuidos democraticamente à todes, para, apenas recomeçar, sanarmos essa doença que não faz distinção, além da social, como costuma ser na nossa violenta história. E depois, para que o poder e o espaço, em toda instância, possa ser equalizado e distribuido. Sonhamos dias sem mortos pela violência do Estado, seja ela direta ou indireta. Finalmente; sonhamos com quando poderemos dançar e cantar abraçados, sem medo, nos bailes de forró. Trabalhamos todos os dias por realizar estes sonhos, que não são apenas por nós, mas por todas as gentes deste país. Por hora, trabalhamos em casa, cumprindo as indicações internacionais da Organização Mundial de Saúde e pedimos que, todos que possam, também o façam. Amora P. Gonzaga do Nascimento Nanan Gonzaga Daniel Gonzaga

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Confira a íntegra da nota:

NOTA DE NOJO

Diante da impotência e da impossibilidade de processo por propaganda indevida,
por dupla apropriação, da canção de Luiz Gonzaga e Zé Dantas e do projeto do Rio São Francisco; nós, filhos de Luiz Gonzaga do Nascimento Jr, netos de Luiz Gonzaga, o Gonzagão, apresentamos uma NOTA DE NOJO diante deste governo mortal e suas lives. Governo que faz todos os gestos ao seu alcance para confundir e colocar em risco a população do Brasil, enquanto protege a si mesmo e aos seus.
Não estamos de acordo com o uso da canção Riacho do Navio, nem sua alteração, nem sua execução (com duplo sentido) pelo Senhor Gilson Machado Neto, presidente da Embratur, em transmissão ao vivo pelo Senhor Presidente.
E, AINDA QUE SIMBOLICAMENTE, não autorizamos ao Governo Federal o uso das canções assinadas por nenhum de nossos familiares, ou suas respectivas partes.
Sonhamos com o dia em que nosso país volte a ser e a ter respeito e honestidade em relação à sua história, suas injustiças e desequilibrios.
Sonhamos o dia em que se volte a reconhecer, dentro do país, a importância da Cultura, das artes Brasileiras, e seu imenso legado por gerações, assim como o é em todo o mundo.
Sonhamos com o dia em que a informação e o conhecimento sejam distribuidos democraticamente à todes, para, apenas recomeçar, sanarmos essa doença que não faz distinção, além da social, como costuma ser na nossa violenta história. E depois, para que o poder e o espaço, em toda instância, possa ser equalizado e distribuido. Sonhamos dias sem mortos pela violência do Estado, seja ela direta ou indireta. Finalmente;
sonhamos com quando poderemos dançar e cantar abraçados, sem medo, nos bailes de forró.
Trabalhamos todos os dias por realizar estes sonhos, que não são apenas por nós, mas por todas as gentes deste país.
Por hora, trabalhamos em casa, cumprindo as indicações internacionais da Organização Mundial de Saúde e pedimos que, todos que possam, também o façam.

Amora P. Gonzaga do Nascimento
Nanan Gonzaga
Daniel Gonzaga

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