O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse para apoiadores nesta sexta-feira (2) que não sabe se será candidato à reeleição em 2022. Essa seria a maior e melhor contribuição que o gestor poderia legar à democracia brasileira, mas sabemos que o céu não é tão perto assim. Afinal, entre coisas ruins e péssimas prometidas por ele durante a campanha, essa era a única alentadora. Ou seja, também não será cumprida.
Apesar do desejo de todos sonharmos em proferir a frase “já vai tarde”, sabemos que não será desta vez que isso ocorrerá e caberá à parcela com dois neurônios da população dar o cartão vermelho ao presidente em 2022. A frase dele, carregada de ironia, foi esta: “Nem sei se vou ser candidato em 2022. Se não for, esses que estão me criticando vão ter excelentes opções. Vão ter (Fernando) Haddad, Ciro (Gomes), Marina (Silva) e (Geraldo) Alckmin sem problema nenhum”, disse.
Os internautas, nas redes sociais, lembraram muito bem das promessas de Bolsonaro na campanha. Além da proposta de acabar com a reeleição, ele prometeu não recriar a CPMF, não dar cargo para o Centrão e uma agenda liberal. Apesar disso, a única coisa entregue foi “acabar com tudo isso que está aí”. Isso inclui economia, emprego, esperança, direitos trabalhistas, floresta amazônica, pantanal…
Fora disso, fez o favor penas de desmascarar o dublê de juiz Sérgio Moro. Aquele mesmo que transformou a operação Lava Jato em ferramenta para levar a extrema-direita para o poder. Nesta sexta, questionado por um bolsonaristas se “teria coragem de ficar até 2026, indicar um sucessor e voltar para mais oito anos”, Bolsonaro aproveitou a oportunidade para atacar a Argentina, sob comando do presidente Alberto Fernández e da vice, Cristina Kirchner.
“O pessoal que, de raivinha do (ex-presidente Maurício) Macri, votou na Cristina Kirchner, olha o que está acontecendo lá. Tem muita gente melhor do que eu por aí. Olha como está o país lá. Começou, há algumas semanas, a saída de argentinos. Estão indo para o Uruguai, para o Rio Grande do Sul e, brevemente, (a Argentina) vai estar igual a Venezuela. Os pobres vão sair a pé em direção ao Rio Grande do Sul”, disparou.
Não é de duvidar que ocorra justamente o contrário.