O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é pródigo em fanfarronices. Durante pronunciamento, nesta quarta-feira (7), ele disse não ter intenção de acabar com a Lava Jato, simplesmente porque ele já acabou com ela, eliminando a corrupção no governo. Para além do discurso, a realidade passa muito longe quando o assunto diz respeito à família Bolsonaro. A Lava Jato acabou, sim, por já ter atingido seu objetivo político.
A operação surgiu como um grande esperança de combate à corrupção, mas não demorou para se tornar uma ferramenta de pura e simples manobra política. Isso foi escancarado pela “Vaza Jato”, que mostrou combinações não republicanas entre o ex-juiz Sérgio Moro e o procuradores da Lava Jato. O objetivo conquistado foi apear o PT do poder e conduzir Jair Bolsonaro à Presidência.
Sérgio Moro foi tragado pelas pretensões políticas e “destruído” pela máquina de moer gente do bolsonarismo. O hoje ex-magistrado não corou de vergonha diante dos atos cometidos por ele, de vazamentos da criminosa delação do ex-ministro Antonio Palocci na reta final do segundo turno da eleições de 2018. Tudo, claramente, para prejudicar o petista Fernando Haddad, em franco crescimento nas pesquisas.
A Lava Jato, voluntária ou não, acabou se transformando em partícipe do governo. Depois, gradativamente, começou a ser destroçada. O procurador-geral da República, Augusto Aras, foi escolhido pelo presidente para o cargo e, a partir daí, os procuradores de Curitiba passaram a não ter vida fácil. Mesmo assim, não negam o orgulho de terem agido parcialmente para conseguir a prisão do ex-presidente Lula (PT) sem provas.
A Lava Jato inspira o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, que investiga as rachadinhas, que têm o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) como investigado. A apuração inclui contratações no gabinete do presidente, quando ele era deputado federal. As mesmas que envolvem Fabrício Queiroz e os R$ 89 mil em cheques depositados na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.