Os secretários estaduais e municipais de Saúde cobraram neste sábado (5) que o governo federal compre, com urgência, vacinas contra a covid-19 de qualquer laboratório que tenha demonstrado segurança e eficácia no produto. O apelo acontece no momento em que o governo federal rejeita a aquisição da vacina chinesa CoronaVac, que se encontra em fase final de testes.
A nota conjunta é assinada pelos integrantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e reitera a defesa da incorporação pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) de todas as vacinas contra a covid-19, com reconhecidas eficácia e segurança, especialmente as que já estão sendo testadas no Brasil.
“Temos que comprar as vacinas disponíveis no mercado internacional já testadas e aprovadas. Esperar para abril é uma temeridade”, diz o secretário de Saúde de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio. Ele lembra que as vacinas têm estoques limitados e requerem uma logística que envolve aquisição de seringas, agulhas, caixas térmicas, câmaras refrigeradoras e, dependendo da vacina, ainda caminhões adequados para transporte.
Fulgêncio lembra que é preciso definir previamente os grupos prioritários para evitar uma busca desenfreada as postos de saúde. O recrudescimento da pandemia da covid-19, no mundo e no Brasil, aponta para um cenário de insuficiência de doses para a vacinação de todas as populações, fazendo com que restrições ao número de fornecedores causem atrasos no acesso à vacina para grupos prioritários de risco.
Os secretários, por isso, dizem que é urgente que os processos de avaliação para o uso emergencial de vacinas contra a covid-19, além da logística de aquisição de insumos, do sistema de informações e a definição das estratégias de monitoramento e avaliação da campanha. Eles citam ainda como importante a aquisição das vacinas estejam sob a coordenação do Ministério da Saúde, responsável pelo PNI.
As entidades dizem que a falta da coordenação nacional vai dificultar dificultar as ações nacionais de comunicação e a organização da farmacovigilância, que será fundamental com uma nova vacina. Eles lembram que o PNI é um patrimônio do Brasil e sua experiência já consolidada na realização de campanhas de grande porte e seu forte vigor técnico são um importante trunfo para atender a este desafio.