Anderson Pires é formado em Comunicação Social – Jornalismo pela UFPB, publicitário e cozinheiro.
Anderson Pires é formado em Comunicação Social – Jornalismo pela UFPB, publicitário e cozinheiro.
Mais ciclovias para humanizar João Pessoa
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João Pessoa não pode recuar na democratização dos espaços públicos. Estabelecer espaços para ciclistas e pedestres promove mais civilidade.
Ciclofaixa da avenida Ruy Carneiro (Foto: Divulgação/Semob-JP)

João Pessoa não pode recuar na democratização dos espaços públicos e na mudança de perfil da mobilidade urbana. Mais que melhorias no trânsito, estabelecer espaços para ciclistas e pedestres promove mais civilidade e respeito ao ser humano por parte dos habitantes.

Nos últimos anos, o número de ciclovias, ciclofaixas e vias prioritárias para bicicletas cresceu significativamente. Quem é usuário da bicicleta, seja para prática esportiva ou como meio de transporte, sabe que apesar dessa expansão dos espaços destinados a circulação, ainda será preciso um longo percurso para que motoristas e motociclistas passem a ver o ciclista, antes de tudo, como uma vida e não seu concorrente nos espaços de locomoção, em muitos casos, um verdadeiro inimigo o qual precisa ser confrontado.

Atacar iniciativas de implantação de ciclovias e ciclofaixas, utilizando como argumento a falta de educação dos motoristas, é tratar a questão do trânsito pela ótica do infrator. Não por acaso, os mesmos que fazem uso desse tipo de argumento, alguns deles comunicadores, são aqueles que justificam o estupro pela roupa da mulher ou a agressão em decorrência da aparência ou cor da pele. Em suma, quem ataca as ciclovias são os que cotidianamente atacam os direitos humanos e entendem a sociedade como espaço de dominação e exercício do poder pela força.

Ceder a esse tipo de postura é contemplar o bandido. A prefeitura não pode permitir que esse tipo de campanha, que visa desqualificar o trabalho de democratização dos espaços públicos, interfira nos projetos em execução.

Seja no trânsito ou em outros locais públicos, é fundamental quebrar a lógica de que existe uma hegemonia do mais forte. Socializar espaços muda conceitos. Só assim conseguiremos ter uma cidade mais humanizada e cheia de empatia.

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