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Paraíba recebe 15 pacientes de Manaus para tratamento da covid-19
Termômetro da Política
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Pacientes de Manaus chegaram no aeroporto Castro Pinto por volta das 23h do domingo (Foto: Oriel Farias/HULW-UFPB)

Os 15 pacientes de Manaus transferidos para tratamento da covid-19 no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB) desembarcaram no aeroporto Castro Pinto, região metropolitana de João Pessoa, por volta das 23h deste domingo (17). A ação humanitária faz parte de uma parceria entre a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh/MEC), estatal que administra 40 hospitais universitários federais, e o Ministério da Saúde.  

Os pacientes chegaram em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e foram transportados para o HULW em ambulâncias disponibilizadas pela Secretaria de Estado da Saúde. A média de idade gira em torno dos 50 anos e todos apresentavam condição clínica estável. Os 15 pacientes, dos quais 12 são homens e 3 são mulheres, foram submetidos à coleta swab para exame RT-PCR, que identifica a presença do coronavírus, e também exames de sangue a fim de monitorar o estado geral de saúde. Após a internação no HULW, a bagagem dos pacientes passou por um processo de higienização.  

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A equipe da Unidade de Apoio Operacional do HULW realizou três simulações de admissão desses pacientes, uma no sábado à noite, e mais duas no domingo (pela manhã e à noite), com a finalidade de treinar a equipe para a recepção dos amazonenses.  

O superintendente do HULW, Marcelo Tissiani, reforçou que o hospital está disponibilizando os leitos de enfermaria graças a uma ação conjunta envolvendo o Ministério da Educação, a Ebserh, e o hospital. O gestor confirmou que os pacientes oriundos do Amazonas vão ficar internados na enfermaria da Ala Covid-19. Ele ainda agradeceu o apoio da Prefeitura de João Pessoa, que colocou 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) à disposição do HULW como retaguarda, na eventualidade de alguma intercorrência. 

Marcelo Tissiani ressaltou a importância dessa ação humanitária para todo o povo brasileiro e lembrou que o hospital está de braços abertos para atender os irmãos amazonenses. O gestor agradeceu o esforço e a dedicação de todos os colaboradores que se dedicaram com afinco para o êxito dessa operação e vai seguir prestando uma assistência de qualidade aos pacientes.  

O acompanhamento dos pacientes será realizado por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeuta, além de apoio psicológico. “Tudo para que possamos oferecer a melhor assistência e obter o melhor resultado para que nossos irmãos da região amazônica possam retornar ao seu lar”, disse o superintendente.  

Pelo menos 60 profissionais da área assistencial foram recrutados para atuar na linha de frente no tratamento dos amazonenses. Os ambientes foram montados com leitos elétricos além de todo o aparelhamento necessário para o tratamento de pessoas com a Sars-Cov-2, como ventiladores mecânicos, oxímetros, bombas de infusão e materiais para ventilação não invasiva. 

O espaço contava com quatro leitos de enfermaria. Para receber os amazonenses, houve uma ampliação e a unidade passou a comportar 19 leitos para pacientes com Sars-Cov-2. O hospital também dispõe de sete leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento da covid-19. 

Ainda no domingo, outros 15 pacientes de Manaus foram conduzidos ao Hospital Universitário de Brasília. A mobilização para transferência dos pacientes acontece desde a última sexta-feira (15), com a chegada de 32 pessoas diagnosticadas com a doença ao Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI/Ebserh) e ao Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA/Ebserh). 

Apoio aos amazonenses 

Para garantir que se sintam acolhidos, um olhar especial dos profissionais de saúde estará voltado a esses pacientes. Segundo o gerente de Atenção à Saúde, José Eymard Medeiros, o HULW se preparou para o grande desafio de assistir os pacientes de Manaus. “Nos preparamos para acolher da melhor forma possível pessoas que estão saindo de sua cidade doentes, receosas por todo o estresse que passaram, deixando seus familiares. Estaremos atuando junto com as famílias para que a gente possa facilitar o contato entre eles”, comentou, referindo-se a visitas virtuais.  

O gerente informou que foi montada uma verdadeira operação de guerra para viabilizar leitos isolados, que garantam a segurança não apenas dos amazonenses, mas também de toda a população paraibana, no sentido de reduzir risco biológico e evitar a disseminação do coronavírus. “O hospital se desdobrou em garantir uma qualidade na assistência, não apenas quanto à alocação de leitos, mas também no ajuste das escalas médicas, de enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas e de serviços de apoio como farmácia e nutrição”, disse José Eymard, confiando que, em breve, esses pacientes voltarão curados para Manaus. 

Rede nacional

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) disponibilizou 205 leitos em hospitais universitários em todo o país para receber os amazonenses. Todos os transferidos até agora foram para unidades da Rede Ebserh. 

“O MEC, por meio da Ebserh, está fazendo tudo que é necessário, integrando um esforço nacional para oferecer atendimento aos pacientes de Manaus. A atuação em rede dos 40 hospitais universitários federais que fazem parte da Ebserh é fundamental, pois soma força para obtermos melhores resultados no esforço federal. É nosso papel unir o ensino à saúde em uma rede nacional. As pessoas internadas, tanto em Manaus quanto nos outros locais, terão todo o atendimento necessário e tudo o que for possível será feito para que voltem bem para suas casas”, afirmou o presidente da Rede Ebserh, Oswaldo Ferreira. 

Vice-reitora da UFPB destaca esforço coletivo  

A vice-reitora da Universidade Federal da Paraíba, Liana Filgueira, acompanhou a recepção dos pacientes de Manaus no HULW e frisou que o momento exige esforço de todos. “A solução passa, sem sombra de dúvidas, pelas ações conjuntas e alinhadas de todos aqueles que possam ajudar neste momento: governo, sociedade, iniciativa privada e outros. O foco deve ser no total apoio aos pacientes que precisam de ajuda, aos profissionais da saúde na linha de frente e à sociedade como um todo, para que juntos possamos superar este momento de grande dificuldade”, lembrou.  

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