O Ministério Público de Contas (MPC), por meio da Força Tarefa do Patrimônio Cultural, protocolou nesta terça-feira (26), no Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), um pedido de informações contra a prefeita de Conde, Karla Pimentel (Pros), para que a gestão municipal apresente o motivo da remoção da escultura “A Árvore dos Bons Ventos” de seu lugar original, na entrada da cidade. A obra, de autoria do artista plástico Wilson Figueiredo e que integra o patrimônio do município, foi retirada sem que a prefeitura explicasse o porquê, ou qual seria sua destinação. No lugar da obra foi instalada uma âncora.
Na peça, o Ministério Público pede que a prefeitura preste informações sobre a retirada da obra de arte. Caso não fique comprovada a plausibilidade da medida, a conduta da prefeitura pode causar irreparáveis prejuízos: à obra, que pode ser danificada; à população, que ficou privada de um bem cultural em sua paisagem; à municipalidade, cujos cofres podem ter sido onerados à toa em tempos de pandemia; e ao artista, cuja liberdade de expressão artística foi tolhida. As consequências são administrativas, cíveis, penais e eleitorais.
O MPC requereu ao conselheiro Arnóbio Viana, relator das contas do Conde, que determine prazo, sob pena de multa à atual gestora, para que a Prefeitura Municipal do Conde apresente todas as informações técnicas acerca da retirada do monumento “A Árvore dos Bons Ventos” , em especial as seguintes:
Para Flávio Tavares, ex-secretário de Planejamento na gestão da ex-prefeita Márcia Lucena (PSB) e membro do Conselho Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba, a remoção da obra de arte pertencente à cidade se configura como um desrespeito.
“As obras de arte nas cidades podem significar marcos na identidade e patrimônio paisagístico e cultural. No caso do Conde o monumento artístico havia sido implantado em um importante entroncamento rodoviário entre a BR-101 e a PB-018, dando significado artístico aos bons ventos que sopram para a cidade. A remoção da escultura além de desrespeitar o renomado artista paraibano, Wilson Figueiredo, representa um lamentável episódio de politização banal dos signos artísticos”, disse Flávio Tavares.
A prefeita Karla Pimentel foi procurada pela reportagem mas não respondeu às perguntas enviadas.