O deputado federal Julian Lemos (PSL-PB) contrariou a orientação do seu partido durante votação na Câmara dos Deputados, nessa sexta-feira (19), e votou a favor da manutenção da prisão do colega Daniel Silveira (PSL-RJ), preso pela Polícia Federal após ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à democracia.
Além dos ataques a ministros do STF, Silveira pedia, em vídeo publicado nas redes sociais digitais, a volta do Ato Institucional número 5 (AI-5), mais dura medida antidemocrática do regime militar no Brasil.
“O ato dele nada tem a ver com livre direito de expressão. Ninguém é punido por se expressar, por dar opiniões. Ele ultrapassou a linha tênue da nossa imunidade parlamentar. Imunidade parlamentar não quer dizer que você possa fazer tudo”, avalia Julian Lemos.
O deputado paraibano também fez críticas à postura de Silveira como parlamentar. “Daniel é um deputado perverso. É uma pessoa que não tem escrúpulos e utiliza de práticas não republicanas dentro da Casa [Câmara dos Deputados], como gravar colegas, forjar reuniões, destruir a reputação das pessoas”, desabafou Lemos.
O voto do paraibano não foi o único dentro do PSL contrário à orientação do partido para a bancada. Abou Anni (PSL-SP), Bozzella (PSL-SP), Delegado Marcelo (PSL-MG), Delegado Waldir (PSL-GO), Felício Laterça (PSL-RJ), Felipe Francischini (PSL-PR), Joice Hasselmann (PSL-SP), Lourival Gomes (PSL-RJ), Luciano Bivar (PSL-PE) e Professora Dayane (PSL-BA) também votaram pela manutenção da prisão de Daniel Silveira. “Foi uma decisão minha. Para tomar decisão, não observo orientação de partido”, concluiu Julian Lemos.