O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), reafirmou nesta sexta-feira (26) o descontentamento com o trabalho desempenhado pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. A manifestação ocorreu no final da manhã de hoje, quando Bolsonaro (sem partido) esteve na residência oficial do presidente do Senado para uma visita de cortesia.
Parlamentares governistas e de oposição tanto da Câmara quanto do Senado têm pressionado pela saída de Araujo da pasta, especialmente por causa das relações do Brasil com a China. Governadores também se manifestaram favoravelmente.
“A permanência ou a saída do ministro, qualquer que seja ele, inclusive do ministro de Relações Exteriores é uma decisão que cabe ao presidente da República. O que nos cabe enquanto Senado federal, Câmara dos Deputados, enquanto parlamento, é cobrar ações, fiscalizar. Nós consideramos que a política externa do Brasil ainda está falha. Ela precisa ser corrigida, ela precisa melhorar a relação com os demais países, inclusive com a China, que é o maior parceiro comercial do Brasil”, ressaltou Pacheco na conversa.
O senador defendeu que muito além de uma avaliação pessoal sobre o desempenho do ministro, é preciso falar de ideias, sobre propostas e comportamentos. “O presidente [Bolsonaro] apenas ouviu e veremos o que pode ser feito. Com ministro A ou B, o importante é que o ministério funcione”, conclui.
A declaração foi feita após Pacheco ter se reunido virtualmente durante três horas com governadores de 23 estados e do Distrito Federal, no início da manhã de hoje.
“O homem que bajula o seu próximo está apenas construindo uma armadilha para si mesmo”, disse a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) ao ministro Ernesto Araújo durante audiência pública realizada na quarta-feira (24), no Senado Federal. Em clima tenso entre senadores e ministro, a paraibana foi incisiva na cobrança de respostas sobre a postura do governo federal na compra de vacinas contra a covid-19.
Por fim, a senadora aproveitou o tempo extra cedido pelo presidente Rodrigo Pacheco para elogiar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), adversário direto do presidente Jair Bolsonaro, pela condução do tucano no enfrentamento à pandemia. “Dar a César o que é de César. Eu quero, neste momento, reconhecer que, quanto a Doria, se não fosse ele, nós não teríamos absolutamente nada”, pontuou a senadora.
Com informações da Agência Brasil e da assessoria de imprensa da senadora Daniella Ribeiro