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Covid-19: assistentes sociais trabalham sob maior risco de contágio, revela OIT
Termômetro da Política
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Trabalho dos assistentes sociais da Prefeitura de João Pessoa que atendem pessoas em situação rua aumentou 44,4% no mês de abril (Foto: Divulgação/PMJP)

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta para profissionais de fora da área da saúde que trabalham sob alto risco de exposição ao novo coronavírus. O relatório divulgado nesta quarta-feira (28), em virtude do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, revela que 136 milhões de profissionais da saúde e da assistência social correm o risco de contrair covid-19 no ambiente de trabalho.

O relatório “Antecipar, preparar e responder a crises: investir agora em sistemas de SST resilientes” (leia a íntegra do relatório no final da reportagem) examina a prevenção e a gestão de riscos relacionados à pandemia e analisa outros riscos de saúde e segurança associados às mudanças nos arranjos de trabalho decorrentes das medidas para controlar a disseminação do vírus.

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“Não poderia haver demonstração mais clara da importância de um ambiente de segurança e saúde ocupacional forte e resiliente. A recuperação e a prevenção exigirão melhores políticas nacionais e estruturas institucionais e regulatórias devidamente integradas às estruturas de resposta a crises ”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

Desde o surgimento da pandemia da covid-19, trabalhadores e trabalhadoras em setores específicos, como emergência, saúde e assistência social, estão particularmente vulneráveis ao risco de infecção. As pressões e riscos enfrentados pelos profissionais de saúde durante a pandemia também afetaram sua saúde mental: um em cada cinco profissionais da saúde em todo o mundo relatou sintomas de depressão e ansiedade.

Assistentes sociais são fundamentais na luta contra a covid-19

De acordo com a assistente social, professora e pesquisadora Shellen Galdino, a pandemia da covid-19 não é uma luta apenas no âmbito da saúde pública, “mas um combate a partir das expressões sociais de uma sociedade extremamente desigual, como a do Brasil”, avalia.

Shellen ressalta que o trabalho do assistente social no enfrentamento à pandemia ocorre também na política de assistência social, de previdência social e serviços do sistema judiciário, do sistema penitenciário, conselhos tutelares e muito mais.

“Como são serviços essenciais, não tiveram como parar e são fundamentais para o atendimento de milhões de pessoas que encontram-se em situação de risco e vulnerabilidade social, não só por situações de pobreza, mas, sobretudo, por violações de direitos”, explica a professora Shellen Galdino, que também atua como assistente social no Sistema Único de Saúde (SUS) em João Pessoa.

Demanda cresceu também fora dos hospitais

O número de refeições fornecidas diariamente pelo Serviço Especializado de Abordagem Social (Ruartes) da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, que atende às pessoas em situação rua, aumentou 44,4% no mês de abril em relação aos três meses anteriores.

O Serviço Especializado de Abordagem oferece a possibilidade de acolhimento em instituições da rede assistencial; auxilia na retirada de Certidão de Nascimento, solicitação do Cartão do SUS e a reintegração à família.

As equipes do serviço também fazem encaminhamentos para acompanhamento e atendimento nos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Centros de Referência em Assistência Social (Cras), bem como para Serviços de saúde e o Consultório na Rua.

O Ruartes funciona diariamente das 8h às 20h de forma presencial com busca ativa e através do telefone 3214-3709. Aos sábados e domingos a equipe fica de sobreaviso.

Leia abaixo a íntegra do relatório elaborado pela OIT

Com informações da ONU Brasil e da PMJP

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