A produção e beneficiamento do algodão agroecológico no Vale do Piancó resultou em investimentos do Banco do Nordeste da ordem de R$ 2,2 milhões destinados a agricultores familiares e indústrias do segmento, no ano passado. A atividade têxtil integra 11 municípios da região e desenvolve desde o plantio até a manufatura do algodão por indústrias, com produção de panos de chão, coadores, flanelas e panos de prato.
A expectativa é de que os agricultores familiares tenham uma produção semelhante à registrada ano passado, que contabilizou 67 toneladas de algodão agroecológico. “Desde 2017 vem sendo feito um trabalho de mobilização da atividade, pois a região já foi uma das maiores produtoras da Paraíba, no passado. Esse ano, já temos R$ 1,4 milhão investido em crédito no setor”, destaca o agente de desenvolvimento pelo BNB, Carlos Germano dos Santos.
Em abril, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) visitou agricultores e indústrias em Itaporanga e em São José de Caiana para conhecer a atividade. Além do Banco do Nordeste, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer) participam do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), que elegeu o segmento têxtil como potencial econômico da região.
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As vendas virtuais e a assistência técnica com uso de aplicativos de celulares é uma realidade na região. A Empaer recorre às tecnologias para o acompanhamento dos agricultores para garantir a certificação agroecológica. O técnico Valdevino Pereira Neto explica que a pandemia de covid-19 trouxe o desafio da adaptação. “Os aplicativos de celulares estão nos ajudando muito a estarmos próximos dos agricultores. Em áudios e fotos, nós acompanhamos as dúvidas e orientamos sobre o manejo na unidade produtiva”, ressalta.
Por ano, uma unidade produtiva de um hectare tem capacidade média de produção de 1,2 tonelada de algodão. A modalidade agroecológica é feita sem uso de qualquer agrotóxico e com espaçamento de um metro entre as sementes. A plantação ocorre após a última chuva do último mês mais propício para brotar, com a colheita manual.
Fonte: Banco do Nordeste