Estão abertas as inscrições para o ciclo de debates formativos Lava Jato – Crime, devastação e perseguição política. Com abertura em 1º de junho, os encontros virtuais acontecerão sempre às 17h das terças-feiras.
O ciclo é um mergulho nos efeitos que a Operação Lava Jato causou na economia, no emprego e na sociedade brasileiras. Na contramão do que aconteceu em outros grandes escândalos de corrupção mundial, o método da Operação Lava Jato destruiu empresas enquanto muitas vezes premiou corruptos confessos.
A Operação Lava Jato teve início em 2014, ano que terminaria com o menor desemprego em toda história do Brasil: apenas 4,8%. O país era a sétima economia do mundo, rivalizando com a Grã-Bretanha pelo sexto lugar. A Petrobras vinha em uma trajetória de lucros constantes e otimismo com o futuro após o descobrimento da maior reserva de todo o mundo no século 21, o Pré-Sal.
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No entanto, sete anos depois, o Brasil caminhou para trás a passos largos. O Brasil voltou ao mapa da fome, os índices de desemprego explodiram, a Petrobras afundou e os planos de transformar o Pré-Sal no passaporte para o futuro dos brasileiros acabaram. A empresa está sendo fatiada e vendida aos poucos, tornando-se uma mera exportadora de óleo cru. Economistas estimam que o Brasil levará 20 anos para chegar ao nível de PIB per capita que tinha em 2014.
A Operação Lava Jato e seus métodos tiveram um papel central em tudo isso. Articulada com interesses de outros países, com o apoio da mídia, e oferecendo vantagens – inclusive em dinheiro – a corruptos confessos, a Operação Lava Jato criou o clima necessário ao golpe parlamentar que derrubou uma presidenta e reverteu um projeto político de desenvolvimento e diminuição das desigualdades.
Durante mais de um ano o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mergulhou em contratos e dados oficiais para calcular o prejuízo que o método da Lava Jato causou ao país. Em contraste com outros grandes escândalos mundiais de corrupção, como os ocorridos na alemã Siemens e na coreana Samsung, o método Lava Jato não preservou empregos ou empresas. Pelo contrário, mensagens reveladas no escândalo Vaza Jato mostraram procuradores comemorando a falência de empresas.
1º de junho: Apresentação geral – José Sergio Gabrielli, economista, ex-presidente da Petrobras
8 de junho: Sistema político – Fábio Kerche e Talita Tanscheit, cientistas políticos
15 de junho: Lawfare e Poder Judiciário, Gisele Citadino, jurista
22 de junho – Democracia e Lava Jato, Paulo Moreira Leite, jornalista
29 de junho: Capitalismo e corrupção – William Nozaki, cientista político
6 de julho: Impactos econômicos intersetoriais – Sergio Nobre, presidente da CUT, e Fausto Augusto Jr, coordenador-técnico do Dieese
13 de julho: Implicações macroeconômicas – Luiz Fernando de Paula e Rafael Moura, economistas
20 de julho: Impactos nas relações internacionais – Carol Proner, jurista
27 de julho: Lava Jato, violência e sociedade – Gabriel Rocha Gaspar, escritor, e Fernando Sarti, historiador
Fonte: Instituto Lula