Na última quinta-feira (19), a prefeitura de Conde decidiu reabrir a Rua do Sol, localizada no distrito de Jacumã, para a passagem de carros. A gestão da prefeita Karla Pimentel (PROS) alega que a decisão foi um pedido dos comerciantes locais, que reclamam do acesso dos clientes e turistas aos estabelecimentos e às praias. No entanto, não houve qualquer tipo de consulta pública à população. A decisão fez com que fosse realizada a retirada do portal que marcava a entrada da via, o que gerou reação de moradores e instituições.
A rua abriga diversos estabelecimentos, como lojas de artesanato, conveniências, supermercados, restaurantes e lanchonetes, e será aberta de segunda a quinta-feira, de forma integral e durante todo o dia. Nas sextas, sábados e domingos, será fechada pela Guarda Civil, das 16h às 22h, sendo permitido apenas o trânsito de pedestres. A via passará a ter sentido único e só será permitido o estacionamento de bugues e veículos de turismo.
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A ex-coordenadora de Planejamento Territorial da Seplan/Conde e conselheira superior do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Paraíba (IAB-PB), Raissa Monteiro, avalia que a abertura da via para carros é um “regresso” para a cidade de Conde. Ela explica que criar espaços para pedestres é uma tendência mundial e é uma visão progressista de cidade.
“Uma rua para veículos é mono-funcional – funciona apenas para veículos. Mas quando você abre para pessoas, ela se torna multifuncional, palco para múltiplas apropriações, que podem incentivar a cultura, o turismo local, a economia criativa, gerando movimento e renda”, explica a conselheira.
Para Raissa, a Rua do Sol se tornou referência para a região e para o turismo em Jacumã, tanto pela movimentação cultural mas também pelo seu caráter estético, tornando-se um atrativo até mesmo fora da alta estação, uma vez que o espaço poderia ser ocupado por atividades culturais organizadas pela comunidade ou prefeitura.
A conselheira do IAB-PB também considera que o fechamento das ruas não interfere no trânsito da região, por ser um pequeno trecho, com outras ruas paralelas que oferecem acesso à praia e que não há uma justificativa técnica para sua abertura. “Decisões como estas colocam a cidade de Conde na contramão da inovação em mobilidade urbana e desenvolvimento sustentável”, define Raissa Monteiro.