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Votação paralela e auditoria: Justiça Eleitoral na Paraíba reafirma confiabilidade das urnas eletrônicas durante pleito suplementar em Gado Bravo
Grace Vasconcelos - sob supervisão de Felipe Gesteira
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Presidente da Comissão de Auditoria das Urnas Eletrônicas para a Eleição Suplementar de Gado Bravo, José Ferreira Ramos Júnior destacou a confiabilidade do processo de votação eletrônica, adotado no Brasil desde 1996 (Foto: Reprodução/Youtube/TRE-PB)

Gado Bravo, no Agreste paraibano, realizou eleições suplementares no último domingo (12), após o prefeito eleito em 2020, Evandro Araújo (Cidadania), não poder assumir o cargo por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Um dia antes da eleição, foi realizada a auditoria das urnas do município.

A auditoria é realizada pelos Tribunais Regionais Eleitorais de todo o país, por meio de uma uma porcentagem de urnas testadas para demonstrar o bom funcionamento da votação e apuração dos votos. É um processo que acontece um dia antes da votação oficial e é finalizado no dia seguinte, junto aos resultados das eleições. As auditorias podem ser acompanhadas por toda a população, devendo ser realizada em local público e de amplo acesso.

O juiz do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) e presidente da Comissão de Auditoria das Urnas Eletrônicas para a Eleição Suplementar de Gado Bravo, José Ferreira Ramos Júnior, definiu a prática como “um momento importante, de transparência e que mostra a eficácia de um instrumento que desde 1996 é utilizado no país”. O magistrado ainda destacou que é um evento realizado há anos e que todas as eleições são auditadas. Para garantir que haja fiscalização no município, foram convidados eleitores maiores de 16 anos e representantes de partidos. Também estavam presentes o procurador regional eleitoral, o juiz da Zona Eleitoral e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional da Paraíba (OAB-PB).

A presença de partidos chamou a atenção do presidente da Comissão de Auditoria, que afirmou nunca ter participado de uma auditoria na presença de políticos e parabenizou a presença dos representantes na sessão. Ele disse para os presentes que “não adianta lançar dúvidas e críticas sobre aquilo que não se conhece”, complementou dizendo que os partidos muitas vezes não mandam fiscais para a auditoria e realizam críticas infundadas ao sistema de votação.

Na auditoria foram sorteadas duas urnas para testagem, conferindo o funcionamento durante o dia de votação e garantindo a integridade do sistema. O juiz José Ferreira Ramos Júnior sorteou, entre 10 números, o código da sessão com as urnas que deveriam ser testadas. As urnas utilizadas serão aquelas que já estão disponíveis nas zonas de votação e que seriam usadas no dia da eleição.

A primeira urna é sorteada, e o juiz determina que a Polícia Federal busque na zona eleitoral para levá-la até o local de testagem, onde a sala ficará lacrada até o dia seguinte, quando ocorrerá a votação oficial. A urna retirada para teste será substituída por outra na sua zona. No mesmo dia, os convidados preenchem as cédulas com a numeração dos candidatos, em branco e nulo, para simular todas as opções possíveis. Essas cédulas são colocadas em uma urna de lona lacrada e só será aberta no dia seguinte.

Essa auditoria é uma espécie de “votação paralela”, porque ela ocorre no mesmo período da votação oficial, durante todo o dia. Quando a sala e a urna de lona são abertas, os fiscais digitam os votos da cédula na urna eletrônica. Todo o processo deve ser gravado por câmeras. Ao fim da votação, o resultado das cédulas deve bater com o boletim da urna eletrônica. O objetivo é “simular um dia de votação em uma sessão eleitoral”, explicou o juiz José Ferreira Ramos Júnior, que também é colunista no Termômetro da Política. Os resultados ficam disponíveis no mesmo instante da votação oficial. O juiz concluiu a sessão afirmando que venceria aquele que tivesse mais votos, “porque a democracia é isso”.

O candidato Marcelo Jorge (PL) foi eleito com 3.613 votos, equivalentes a 62,58% da votação.

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justiça eleitoral