O ensino remoto adotado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) há um ano e oito meses, após a explosão de casos de covid-19, foi uma necessidade que resultou em diferentes contratempos para os estudantes. Jaqueline Rodrigues, estudante de Jornalismo, explica que evitou cursar disciplinas que gostaria de pagar no ensino presencial, mas a pandemia se estendeu além do esperado e a solução para não atrasar ainda mais o curso foi começar a cursar essas disciplinas.
A UFPB realizou uma consulta pública que durou cinco dias, encaminhada para o e-mail dos estudantes, questionando, por exemplo, sobre a volta presencial das aulas e quando vão completar o ciclo de vacinação. A instituição divulgou o resultado na última quinta-feira (28), revelando que a maioria dos estudantes prefere a volta presencial ou híbrida das aulas.
Jaqueline disse que votou para que o próximo período seja feito de forma híbrida e suplementar, ou seja, com aulas presenciais e remotas, onde as atividades não serão obrigatórias. Seria uma estratégia para que os alunos não fossem prejudicados com questões como deslocamento, alimentação e outros problemas que já eram frequentes antes da pandemia, explica a estudante. Jaqueline acredita que o centro acadêmico em que estuda e a UFPB não possuem condições para o retorno totalmente presencial.
Jéssica Jeane, graduanda em Terapia Ocupacional, acredita que a volta deve ser totalmente presencial porque a área da saúde precisa de aulas práticas, que ficaram comprometidas durante a pandemia de covid-19. Outro ponto levantado por Jéssica é a finalização do ciclo de vacinação de grupos que frequentam a instituição, o que pode levar a uma volta mais segura.
O estudante Ítalo Nicácio, que está cursando Ciência de Dados e Inteligência Artificial, defende que os cursos foram feitos para o modelo presencial e, mesmo com o esforço dos professores, ele sente que as aulas remotas não funcionam tão bem. Além disso, ele cita a dificuldade de se concentrar nas aulas e o cansaço de precisar ficar durante longas horas diárias em frente ao computador, já que o curso é integral.
Segundo a instituição, 10.626 estudantes responderam à consulta pública, sendo demonstrado que 48% desses estudantes prefere que o próximo período seja presencial e 31,6% acredita que a melhor estratégia é a realização de uma volta híbrida, com aulas presenciais e remotas, apenas 20,4% afirmaram que preferem continuar no modelo remoto.
Os dados divulgados também afirmam que 48,2% já receberam as duas doses da vacina contra covid-19 e 49% estão vacinados apenas com a primeira dose, porém, 80,8% têm previsão para completar o ciclo em novembro. O documento demonstra que 75,4% conseguiriam custear seus equipamentos de proteção individual e 70,6% poderiam se planejar para a volta presencial em 2022.
Outro ponto levantado foi a qualidade do ensino remoto, onde 30% dos alunos citaram que tinham dificuldade para concentração, 44,5% afirmaram que a vantagem era não precisar se deslocar para assistir às aulas e 18,4% disseram que havia vantagens. A maioria votou que o modelo remoto receberia uma nota 8 (21,6%) para a qualidade da aprendizagem durante o período.