O despejo do moradores da Comunidade Dubai, em João Pessoa, continua rendendo desaprovações ao poder público devido à truculência como a medida judicial foi executada, na última quarta-feira (24), após decisão da 4ª Vara da Fazenda Pública da Capital. No último fim de semana, o Governo da Paraíba foi alvo de críticas por ter cedido como abrigo o Centro Profissionalizante Deputado Antônio Cabral (CPDAC), mesmo sabendo que este seria local de realização de provas do Enem 2021. Para a deputada Cida Ramos (PSB), que tem acompanhado as famílias desalojadas, faltou planejamento.
“A maior expressão do desastre que foi essa operação efetuada na Comunidade Dubai é o não planejamento. (…) faltou um plano de contingência que contemplasse as questões de estrutura e de assistência social, de saúde. É a expressão do que a gente viu durante todos esses dias: pessoas que foram aglomeradas em um ginásio, sem testagem [para covid-19], sem máscaras, sem a vacinação, que só está ocorrendo depois. Crianças que foram desalojadas de manhã e estavam até a noite sem água para tomar, sem poder tomar um banho. É só ir no CPDAC para ver as condições de higiene, os banheiros sem energia”, disse a deputada.
A prefeitura de João Pessoa garante ter mantido apoio e assistência às famílias. Para a Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB), que esteve na sexta-feira (26) no CPDAC, o despejo das famílias contrariou normas e resoluções vigentes na pandemia de covid-19.
Sobre a forma como foi cumprida a decisão judicial, a deputada Cida Ramos não poupou críticas à Prefeitura de João Pessoa. “Não houve planejamento, nem o poder público, no caso a Prefeitura, pensou no bem-estar da população, em como ficariam aquelas crianças, grávidas, idosos, homens e mulheres que já tinham perdido tudo e que estavam indo para um local sem estrutura alguma. Infelizmente faltou dignidade, faltou cidadania e sobrou incompetência da gestão”, finalizou.
Colaborou Grace Vasconcelos.