Categorias da polícia paraibana começaram a aceitar a proposta de aumento salarial do governo do Estado, mas afirmam que ela continua “indigna” para os profissionais. A Polícia Civil e os peritos criminais, categorias que aceitaram a proposta, também afirmaram que acreditam em manter um canal aberto com o governo e pretendem continuar dialogando sobre a valorização das categorias. Os policiais militares ainda não se manifestaram sobre a proposta.
A decisão de aceitar a proposta foi tomada em assembleia conjunta e extraordinária entre o Sindicato dos Peritos (Sindperitos), a Associação dos Policiais Civis de Carreira (Aspol) e a Associação dos Servidores da Polícia Científica (Aspocep-PB). A proposta oferece para os profissionais a incorporação de 100% da bolsa desempenho em 48 meses; 10% de aumento sobre as verbas tributáveis; 24% de aumento no auxílio alimentação, que passará de 484 reais para 660 reais; o pagamento da proporção de 93% em cima da verba de risco de vida dos delegados e peritos para os investigadores e escrivães; aumento no pagamento de risco de vida para agentes operacionais, que passarão a receber 900 reais. Segundo a Aspol, a discussão sobre a hora extra continua aberta, mas o valor mínimo está em 12 reais por hora.
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Em nota, o Sindperitos também afirmou que o governador assumiu o compromisso de implantar o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) e a progressão funcional anual. “Vamos receber essa proposta, embora não seja digna para o investigador da Paraíba. A nossa luta continua pela valorização salarial através do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração – PCCR, para que a Polícia Civil deixe de receber o pior salário do país”, disse nota oficial o presidente da Aspol-PB, Beethoven Silva.
Em seu perfil no Instagram, o governador João Azevêdo (Cidadania) comemorou o acordo com os delegados. “Depois dos policiais civis e penais, os delegados da Paraíba também aceitaram a nossa proposta para reajuste salarial e incorporação da Bolsa Desempenho. Estamos virando uma página de mais de 12 anos e oferecendo segurança e dignidade para nossos policiais e delegados na aposentadoria, além de uma valorização importante para quem está na ativa”, publicou João.
O líder do Governo na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), deputado Wilson Filho (PTB), parabenizou as categorias que aceitaram a proposta e disse acreditar que os policiais militares também devem aceitar nas próximas horas.
“Há muitos anos a Polícia Civil não tinha a concessão de benefícios tão significantes e isso demonstra a capacidade de diálogo, respeito e valorização do governador João Azevêdo com a categoria. Além dos benefícios já concedidos, o governo se comprometeu em iniciar as discussões para construção do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCRR), um antigo sonho de todos os profissionais”, ressaltou Wilson Filho.
Já o deputado estadual Wallber Virgolino (Patriota) não apoiou a decisão da Polícia Civil e os chamou de medíocres, cornos e fracos. Em áudio, o deputado ataca os profissionais e afirma que eles “não possuem coragem para lutar”, também disse que se envergonha da categoria.
“O povo fala em lutar, fala em crescer, mas essa Polícia Civil não vai mudar nunca porque esse povo é fraco”, afirmou o deputado, que chegou a pedir desculpas após a repercussão de sua fala.
