A exposição “Efemmeras” marca as homenagens da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) para o mês da mulher, trazendo obras de artistas independentes e locais, que trabalham, na sua maioria, com arte de rua. Ela é formada por 11 artistas: Witch, Dedoverde, Pink, Zona, Thaynha, Lilith, Cyber, Fany, Hevilla, Dendê Maat e DayBlue. A exposição ficará aberta para visitação até 4 de abril, no segundo salão expositivo do Hotel Globo, em João Pessoa.
Efemmeras tem por objetivo buscar representatividade e visibilidade para as mulheres, sempre por uma maior igualdade nas artes. A artista Witch destaca que é importante espaços institucionais ligados à arte quebrarem com a predominância de ocupação masculina. Para a artista, esse é um fator que deve ser repensado para que mulheres, pessoas pretas, indígenas e LGBTQIA+ possam apresentar seus discursos.
Witch explica que a exposição foi chamada de “Efemmeras” por entender que nas ruas, na maioria das vezes, a arte é efêmera, ou seja, ela é passageira. Segundo a artista, efêmera não é apenas uma característica da rua, mas também dos lugares institucionais que só abrem espaço para artistas mulheres no mês de março e critica falta de incentivo financeiro para essas trabalhadoras.
“Geralmente só nos chamam no mês de março, por causa do dia da mulher, como se não tivéssemos outros 11 meses para apresentar nossos trabalhos, que muitas vezes nem remunerados são, como por exemplo a própria exposição Efemmeras”, afirmou a artista.
Witch levou para a exposição as obras Amor, União e Catrina, que foram feitas utilizando spray, bloco de papel e shape de skate. A obra Catrina tem a presença de uma personagem que existe há mais de 10 anos, que segundo a artista, representa as mulheres que a inspiram e a apoiam nas artes ou fora dela. Witch é pessoense e começou a trabalhar com arte de rua em 2004. Ela utiliza sua principal personagem, a Catrina, para desenvolver variados ângulos sobre o feminino.
Dividindo o espaço com Efemmeras, também está aberta a exposição “Bustos Ressignificados: História de Joventina”, realizada pela artista visual Jeanne Gleber. As obras são fruto do seu trabalho de conclusão do curso e contam a história da mulher que criou a artista, a Joventina, falecida aos 116 anos, em 2021. A exposição ocupa o primeiro salão do Hotel Globo.
Matéria alterada às 11h18 para correção em informação sobre a artista.