A Kombi da Honestidade chama a atenção dos moradores da orla de Intermares, em Cabedelo, onde está estacionada rodeada de baldes com vassouras, rodos, espanadores e pás. Todos os produtos são vendidos a preço único, apenas R$ 7, e para comprar não é necessário interagir com nenhum vendedor, basta pegar o produto e pagar via Pix. A história da Kombi branca que vende vassouras começou como uma brincadeira, mas hoje representa uma renda extra para quem pensou no projeto.
O idealizador da Kombi, o corretor de imóveis Jessé Barbosa de Araújo, de 34 anos, comprou o veículo para fazer publicidade com banners dos imóveis que comercializa, mas segundo ele, foi denunciado por poluição visual. A fiscalização pediu para que ele retirasse a publicidade da Kombi e ela ficou sem utilização por muitos meses.
Na semana do feriado de Carnaval, Jessé decidiu que a Kombi poderia servir a outro dono e tentou vendê-la por R$ 3 mil, mesmo preço pelo qual comprou há dois anos. O modelo do veículo é uma Kombi 1997 Gasolina, que segundo a tabela Fipe, vale entre R$ 9 mil e 11 mil reais. Os compradores ofereceram até R$ 1.500 no veículo, que adquiriu algumas ferrugens ao longo do tempo, mas a proposta não agradou o corretor, que disse: “eu vendo vassoura na kombi, mas não vendo ela por esse preço!”.
Com R$ 600 no bolso, ele decidiu visitar parentes de um amigo em Santa Rita, parou em uma fábrica de vassouras e investiu tudo na compra dos produtos. Passou a noite pensando no que iria fazer com tanta vassoura e rodo, até que decidiu vender tudo na Kombi da Honestidade.
Os amigos do corretor não acreditaram na proposta, mas a irmã apoiou o projeto e produziu um cartaz feito a mão que explica a venda dos produtos. Há quase um mês instalada na orla de Intermares, a Kombi já recebeu nova identidade visual, um grande banner que explica como são realizadas as vendas e qual a chave Pix do corretor de imóveis.
“O preço é justo porque em nenhum canto você compra nesse valor. Sou honesto com os clientes, porque eu não pago funcionário e nem aluguel”, afirmou Jessé.
Segundo Jessé, as vendas são altas e todos os dias há compradores. Quem não tem Pix, deixa o dinheiro com comerciantes próximos da Kombi, que repassam para o corretor. Ele afirma que não contabiliza as vendas que fez até hoje, mas com a renda ele custeia despesas do seu dia a dia, como colocar gasolina, também doa para pessoas em vulnerabilidade social e ainda tem o desejo de reformar a igreja que frequenta com a renda.