As recentes denúncias das condições das escolas da rede estadual de ensino e o resultado da auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) foram os temas principais da Audiência Pública conjunta, promovida pelas deputadas estaduais Estela Bezerra (PT) e Cida Ramos (PT), que aconteceu na tarde dessa quarta-feira (15) no auditório do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Paraíba (Sintep), no Centro de João Pessoa, e reuniu professores e profissionais da educação.
A deputada Cida Ramos reafirmou que a educação pública na Paraíba passa por uma situação gravíssima. “Depois de dois anos, os alunos chegam na escola e encontram condições trágicas. Escolas com problemas elétricos e hidráulicos, quadras, laboratórios e carteiras destruídas, e sem merenda escolar. O objetivo principal desse encontro é chegarmos num entendimento de que providências podemos tomar”, afirmou Cida.
Para Estela Bezerra – que participou de forma remota por estar se recuperando da covid-19 -, a educação pública estadual apresenta uma série de questões que dependem de muito esforço da sociedade e dos órgãos de controle.
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“Esse é um problema graúdo e que a solução não vai sair um dos recursos tradicionais. É preciso haver uma concertação das organizações, uma vez que as estruturas das escolas e dos equipamentos de educação se encontram em total abandono. Recebemos um relatório de 30 escolas, que atingem diretamente mais de 12 mil alunos que, somados às suas famílias, quadruplica a quantidade de pessoas atingidas nesse momento”, disse a parlamentar que ainda cobrou com urgência uma reunião com a presença da Secretaria de Estado da Educação e de uma Comissão de Acompanhamento.
Antônio Arruda, presidente do Sintep, enfatizou a dificuldade de diálogo com o Governo do Estado. “Nós fomos a primeira entidade a fazer um protocolo de pedido de audiência com o governador, e passamos dois anos e sete meses sem sermos recebidos”.
Para a professora Kyara Lígia, da Organização de Professores Indígenas Potiguaras, a realidade das comunidades indígenas não é diferente, desde questões estruturais até a própria falta de coordenação, que foi extinta. “Na escola que leciono, as aulas estão acontecendo numa quadra, sem espaços definidos e com ‘paredes invisíveis’. Nos foi proposto voltar às aulas remotas, mas também não há estrutura e a Regional não fez nada para melhorar a situação.”
Kyara também relatou o risco de evasão escolar por falta de merenda. “Pra uma criança que sai de casa às 11h da manhã e fica na escola até às 18h, há um espaço muito grande de tempo para ficar sem alimentação. É muito triste pra nós, que vemos a educação como ferramenta para mudar a realidade das pessoas”, finalizou.
Participaram da Audiência Tião Santos, presidente da CUT-PB; Zaira Chagas, auditora do Tribunal de Contas do Estado; e o vereador Marcos Henriques (PT).
Fonte: Assessoria de imprensa da deputada Estela Bezerra