A última atualização na base cartográfica de João Pessoa foi feita ainda na gestão do ex-prefeito Luciano Agra, em 2011. De lá para cá, ao longo de oito anos da gestão de Luciano Cartaxo (PT), informações importantes referentes a limites, infraestrutura e meio ambiente estão desatualizadas, conforme a atual gestão da Prefeitura de João Pessoa.
A capital paraibana tem 27% de seu território com cobertura vegetal. O mapeamento das áreas verdes é parte de um trabalho muito mais amplo, que começou há oito meses por meio do Programa João Pessoa Sustentável, e que envolve o mapeamento aéreo e terrestre, em infravermelho, de toda área urbana e rural do município, do relevo, das unidades territoriais, infraestrutura e meio ambiente, equipamentos e mobiliários públicos. O processo inclui ainda o escaneamento a laser de alta resolução para mostrar a cidade do alto com extrema precisão, e está orçado em R$ 17 milhões.
As informações coletadas servirão para atualizar e complementar a base cartográfica do município, que segundo a prefeitura está defasada desde 2011; 62% desse trabalho, que deve ser concluído até abril de 2023, já foram executados. A ideia é também implantar os Sistemas de Informações Geográficas e a Planta Genérica de Valores (PGV), que desde 1997 não é atualizada. O levantamento vai possibilitar, por exemplo, a revisão do zoneamento da cidade que, atualmente, tem 20% de sua área classificada como rural.
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Já foram identificados 16 km² de áreas de ocupação e 91 comunidades; 100% dos logradouros municipais estão catalogados com nome e CEP. “Tiramos foto de fachada, de vias, de calçadas. Percorremos 2,3 mil quilômetros de vias. A cada três metros de deslocamento do veículo, a gente tirou seis fotos em vários ângulos. Temos um conjunto de imagens e informações de 10 terabytes. A próxima etapa é identificar as infraestruturas e serviços públicos: pavimentação, abastecimento de água, cruzando com os dados da Cagepa. A gente já sabe as ruas calçadas e não calçadas, e agora a gente vai qualificar onde tem asfalto, calçamento, terra batida”, afirmou Dário Alves, representante do Consórcio João Pessoa Geo-Sustentável, contratado para o serviço.
Todo o mapeamento poderá ser usado por diferentes secretarias para definição e aplicação de políticas públicas voltadas para a qualidade de vida e promoção de bem-estar da população pessoense. “Concluído o estudo, os dados serão compartilhados com a sociedade, desde o cadastramento imobiliário urbano até o levantamento de toda infraestrutura e serviços públicos do município. O trabalho reforça o compromisso do governo municipal com a transparência pública, melhoramento da gestão e construção de uma cidade inteligente e eficiente”, lembrou Joseuma Barbosa, coordenadora do Componente de Fortalecimento da Gestão do Programa João Pessoa Sustentável.
Missão BID
Os resultados preliminares do mapeamento foram apresentados para Cristina McDowell, chefe da equipe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ao especialista Flávio Galvão, ambos em missão na capital para conhecimento dos produtos entregues dentro do Componente de Fortalecimento da Gestão, o que inclui a revisão do Plano Diretor e os avanços na área de Tecnologia. O BID financia metade dos recursos do Programa João Pessoa Sustentável, orçado em 200 milhões de dólares.
Com informações da PMJP