ads
Eleições -
Candidatos na Paraíba usam pesquisas não registradas para tentar confundir eleitor
Termômetro da Política
Compartilhe:
Wallber Virgolino publicou dados de pesquisa não registrada e depois apagou; prática é considerada crime eleitoral (Foto: Reprodução/Instagram)

A reta final para o primeiro turno das Eleições 2022 tem despertado certo desespero de candidatos na Paraíba. Se por um lado alguns apelam para a divulgação de pesquisas não registradas na Justiça Eleitoral, outros optam pelo caminho de descredibilizar as pesquisas devidamente registradas a fim de tentar desviar a atenção do eleitor. A meta é sair do cenário visivelmente desfavorável em relação ao momento político.

Nesta segunda-feira (19), o deputado estadual e candidato à reeleição Wallber Virgolino (PL) publicou em suas redes sociais o resultado de uma pesquisa sem citar a fonte e, ao perceber que cometera crime eleitoral, apagou a publicação.

Wallber Virgolino publicou dados de pesquisa não registrada e depois apagou; prática é considerada crime eleitoral (Foto: Reprodução/Instagram)

Ninguém quer ser o foco da perspectiva de derrota, tampouco ter um padrinho político derrotado no pleito eleitoral. Mas vale tudo para confundir o eleitor? O tiro da desinformação muitas vezes pode sair pela culatra. Após apagar os dados da pesquisa, Wallber Virgulino teve que se explicar, mas não deixou de lado o tom agressivo, os ataques à imprensa e as bravatas.

Desinformação à direita

Outro candidato da extrema direita que aposta na desinformação é Nilvan Ferreira (PL), que concorre ao cargo de governador da Paraíba. Em seu perfil na rede social Instagram, Nilvan questiona a eficiência das pesquisas em um vídeo truncado, todo montado com trechos de momentos das eleições de 2018.

Veja também
Pirâmides financeiras na mira da Justiça: o entendimento do STJ sobre este tipo de crime

Ele não cita nenhuma referência, apenas joga a montagem audiovisual para que o eleitor entenda como quiser. Nilvan ataca as pesquisas de modo geral por estar em posição desfavorável nas últimas divulgadas.

Publicação de Nilvan questiona eficiência das pesquisas de intenção de voto (Imagem: Reprodução/Instagram)
Desinformação à esquerda

Falar de pesquisas sem citar a fonte não é prática exclusiva dos candidatos da extrema direita. No campo progressista, há quem também faça uso desse artifício na tentativa de se beneficiar sob a imagem de uma falsa liderança.

Na última quarta-feira (14), dia em que teve uma ação cautelar com pedido liminar negada pela Justiça Eleitoral, a candidata a deputada estadual Márcia Lucena (PT) aproveitou a nota em que explicava sua situação para afirmar, sem apresentar qualquer referência, que estaria “nos primeiros lugares das pesquisas”.

Sobre pesquisas eleitorais

As pesquisas registradas na Justiça Eleitoral devem conter as seguintes informações: nome do contratante; valor e origem dos recursos despendidos no trabalho; metodologia e período de realização; plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico e área física de realização do trabalho a ser executado; intervalo de confiança e margem de erro; sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados e do trabalho de campo; questionário completo aplicado ou a ser aplicado; nome de quem pagou pela realização do trabalho e cópia da respectiva nota fiscal.

Os responsáveis pela divulgação de pesquisa sem o prévio registro na Justiça Eleitoral estão sujeitos à aplicação de multa no valor de R$ 53.205 a R$ 106.410 (Lei nº 9.504/1997, artigos 33, § 3º, e 105, § 2º). A divulgação de pesquisa fraudulenta (falsa) constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa.

A Resolução TSE 23.600/2019  é a norma que regulamenta a matéria.

Com informações do TRE-SE


Matéria alterada às 19h59 para correção da informação sobre a candidatura de Wallber.

Compartilhe: