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Inca registra queda de 30% no número de doadores de sangue em setembro
Termômetro da Política
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Média diária ideal é de 50 bolsas de todos os tipos sanguíneos (Foto: Myke Sena/Ministério da Saúde)

As doações de sangue recebidas pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) em setembro deste ano caíram 30% em relação ao mesmo mês do ano passado, o que significou menos 272 bolsas. Ao longo deste ano, foram coletadas pouco mais de 7 mil bolsas, cerca de mil a menos do que no ano anterior.

Segundo o hemoterapeuta do Inca, Edmilson Assunção, o ideal, para abastecer o banco de sangue do órgão, vinculado ao Ministério da Saúde, é garantir média diária de 50 bolsas de todos os tipos sanguíneos para as transfusões.

Assunção disse que, em alguns períodos, os doadores têm dificuldade de chegar ao Serviço de Hemoterapia. O médico lembrou que o Inca não dispõe de um sistema em que o sangue seja coletado no local onde o doador está ou que o leve até o setor onde poderá fazer a doação.

Preocupação

Uma preocupação do Inca, no momento, é aumentar o número de doadores ante a proximidade dos feriados que ocorrerão em novembro. Por isso, o médico pediu que a população se mobilize. “Nós continuamos a precisar de doadores de sangue. Funcionamos aqui de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h30 para coleta e, aos sábados, das 8h às 12h.” As dificuldades e preocupações do Inca são as mesmas dos hemocentros de todo o país.

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“Precisamos de doações regulares de sangue. Os protocolos de tratamento devem ser mantidos e o sangue disponibilizado no exato momento que o paciente precisar. A queda acentuada tem grande impacto no tratamento das pessoas”, reforçou a chefe do setor de Hemoterapia do Inca, Iara Motta.

Componentes

As bolsas se dividem por tipos de componentes do sangue em concentrados de hemácias e concentrados de plaquetas, plasma fresco congelado e crioprecipitado, que é um concentrado de proteínas.

Edmilson Assunção informou que o Inca tem estoques razoáveis de plasma e crioprecipitado, mas ressaltou que a demanda maior na transfusão é pelos concentrados de hemácias e de plaquetas, inclusive porque têm período de validade bem inferior aos dos demais componentes. Os concentrados de hemácias têm 35 dias de validade e os de plaquetas, prazo máximo de cinco dias para uso. “Nossa necessidade diz respeito, particularmente, aos concentrados de hemácias e de plaquetas.”

Existem também dois tipos de doações: a doação de sangue total, cuja bolsa é, habitualmente, fracionada nos quatro componentes do sangue citados, e a doação de plaquetas por aférese, ou doação de plaquetas por doador único. “Um único indivíduo vem aqui e doa exclusivamente, de forma seletiva, um determinado tipo de componente do sangue chamado plaquetas.” Aférese é a separação dos componentes do sangue por centrifugação, por meio de um equipamento automatizado.

Para a doação de plaquetas, entretanto, há alguns requisitos a mais a serem cumpridos que na doação do sangue total. Uma das condições é que a pessoa tenha doado sangue total nos últimos cinco meses, com todos os resultados negativos. Em segundo lugar, ele deve ter calibre venoso melhor que o do doador de sangue total. Isso é avaliado pela equipe do Serviço de Hemoterapia.

De acordo com Assunção, a doação de sangue total dura em torno de 10 minutos, enquanto a de doador único vai de uma hora a uma hora e 30 minutos. É feito na hora um hemograma completo para ver se o doador preenche todos os requisitos – estando tudo correto, a doação é feita no mesmo dia. “Isso é fundamental porque a plaqueta é um elemento indispensável para pacientes submetidos a cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, quando cai muito a quantidade de plaquetas e eles podem sangrar, o que, inclusive, os coloca sob risco de morte em algumas circunstâncias. Então, plaqueta é um dos componentes do sangue que a gente mais precisa ter em estoque.”

Fonte: Agência Brasil

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Palavras-chave
doação de sangue