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Com polícia armada e comunidade acadêmica barrada, reunião do Consuni é marcada pelo autoritarismo
Laura de Andrade sob supervisão de Felipe Gesteira
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Presença de policiais com armamento pesado intimidava estudantes e professores na porta da reunião do Consuni (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Alunos, servidores e demais membros que compõem a comunidade acadêmica da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foram surpreendidos nessa quarta-feira (16) ao serem barrados na porta da reunião presencial do Conselho Universitário (Consuni). Valdiney Gouveia, reitor da universidade, colocou seguranças armados para acompanhar a sessão, além de policiais militares também armados do lado de fora. As medidas tomadas pelo reitor foram vistas como autoritárias.

Segundo Rodrigo Freire, diretor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), “trata-se de uma medida autoritária e antidemocrática, na medida em que limita a participação da comunidade nas reuniões do Consuni, que são reuniões públicas, pelo próprio regimento da universidade,” destacou.

Para limitar o acesso da população, o reitor da universidade emitiu a portaria nº 356/2022, que impõe a inscrição prévia de cada pessoa à sala de reuniões por meio de envio de e-mail, anexando, também, documentações pessoais. Com isso, estudantes e professores foram excluídos da reunião.

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O diretor do CCHLA também frisou a gravidade da presença de policiais militares portando armas letais dentro da universidade, no mesmo ambiente em que estudantes estavam em manifestação pacífica. “É uma medida que remete aos tristes tempos da ditadura militar, e que foi denunciada por diversos conselheiros durante a reunião do Consuni, eu inclusive,” disse.

Para Cristiano Bonneau, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB), o caso foi mais um capítulo “caótico” da gestão do atual reitor na UFPB. Bonneau lamentou que, mesmo sendo presidente de um sindicato tão importante, lhe tenha sido barrado o acesso. “Além disso, os PMs também estavam lá com fuzis e camburão. Uma atitude antidemocrática!” pontuou o presidente.

O reitor Valdiney Gouveia foi procurado pela reportagem e não se manifestou a respeito.

Sobre a portaria nº 356/2022

Dentre as regras, está proibido pessoas em pé durante as reuniões, salvo os servidores da Secretaria dos Órgãos Deliberativos da Administração Superior (SODS). Ou seja, o  acesso ao público geral está limitado às 24 cadeiras disponíveis no local, permitido apenas mediante apresentação de documento com foto. 

Adentrar o ambiente com mochilas e bolsas só será possível com a revista dos itens. Bandeiras e instrumentos sonoros também não podem ser utilizados. 

Confira o documento na íntegra:

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