Um dos maiores desafios contemporâneos da Física é descrever como a gravitação funciona em pequenas escalas de comprimento, e identificar como a gravitação pode se comportar no regime da mecânica quântica tem se provado um problema difícil. Para contribuir com a resolução, o discente Pedro Henrique Morais, do Programa de Pós-graduação em Física da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), está desenvolvendo a pesquisa “Decaimentos de dois corpos em relatividade deformada”.
Sob orientação dos professores Iarley Pereira Lobo, do Departamento de Química e Física, e Valdir Barbosa Bezerra, do Departamento de Física, o pesquisador Pedro Henrique Morais busca observar os fenômenos físicos chamados de Multi-Mensageiros, que ocorrem em todo o universo, como: ondas gravitacionais, raios cósmicos, ondas eletromagnéticas e neutrinos, e que possibilitam a identificação de possíveis efeitos de uma gravitação quântica. O objetivo é estudar esses fenômenos e descrever seus efeitos para servir de base para que outros pesquisadores confrontem com observações realizadas em telescópios.
A pesquisa de Pedro Morais foi premiada como melhor trabalho de doutorado em apresentação oral no 45º Congresso Paulo Leal Ferreira, ocorrido em novembro, com um trabalho desenvolvido ao longo do primeiro ano de doutorado do estudante. O congresso é um evento anual, organizado por alunos de pós-graduação do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com o objetivo de contribuir para a formação de futuros pesquisadores e promover intercâmbio de conhecimento.
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O estudante conta que foram apresentados trabalhos de excelência e comenta que o diferencial da pesquisa dele é a busca por entender como criar um caminho para a construção de uma gravitação quântica por meio da fenomenologia dos multi-mensageiros de forma a servir de guia para novas pesquisas e projetos.
Conforme o pesquisador, a fenomenologia de gravitação quântica, tema da pesquisa, inicialmente não possui aplicação no dia a dia das pessoas, contudo, para que seja possível visualizar os fenômenos astronômicos é necessário o emprego de muita tecnologia na construção de centros de pesquisas e observatórios, com o qual a pesquisa dele busca contribuir. “Um exemplo é a construção do Radiotelescópio BINGO no sertão paraibano, que inicialmente é fruto de uma colaboração internacional levando desenvolvimento tecnológico para nossa região, mas também já possui frutos em projetos de extensão nas escolas”, disse Pedro Morais.
A participação no congresso foi motivada pelo desejo de participar de eventos presenciais na pós-pandemia da covid-19, e Pedro incentiva outros estudantes de pós-graduação a participarem de eventos científicos como uma oportunidade para conhecer novos centros de pesquisa, novos departamentos e pesquisadores.
“São nesses momentos que podemos conversar sobre pesquisas, conhecer novas pessoas e sair da zona de conforto ao conhecer novos trabalhos que muitas vezes não possuem relação direta com a minha pesquisa, possibilitando abrir novos horizontes. Desta forma creio que incentivar alunos a participarem de eventos é sempre uma ótima experiência, seja ela profissional ou pessoal”, comentou o pesquisador.
Fonte: Ascom/UFPB