O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou, nessa terça-feira (17), de três reuniões bilaterais prospectivas, realizadas com o intuito de fechar parcerias, no segundo dia do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Ao final do encontro, ele conversou com jornalistas que estão na Europa para a cobertura do evento.
Fernando Haddad participou da reunião com representantes da Eurásia, ocasião em que foram discutidos temas afetos a questões geopolíticas, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a questão da guerra na Ucrânia e as possibilidades brasileiras nessa disputa internacional pela indústria e por comércio. O ministro também se encontrou com representantes do governo do Reino da Arábia Saudita e tratou da possibilidade de parcerias público-privadas e sobre temas ligados a futuras concessões. “Eles estão atentos a todos os editais de parcerias que o Governo Brasileiro e estados e municípios vão lançar no próximo período e isso é bom, porque é um volume de recursos disponível para investimento muito importante”, detalhou. Haddad também se reuniu com representantes da Open-Society, quando tratou de uma agenda voltada para temas do meio ambiente e questões democráticas.
Segundo Haddad, as três reuniões tiveram como objetivo “recolher informações sobre como o Brasil pode se colocar para atrair investidores e retomar o crescimento”. O ministro lembrou que participou das reuniões bilaterais do presidente Lula tanto no Egito, durante a COP 27, quanto no Brasil, durante a transição. “Particularmente, com John Kerry (enviado especial para o clima dos Estados Unidos na COP 27) e com Jake Sullivan (Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos), eu participei das duas reuniões, que foram muito produtivas”, ressaltou.
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“Foi um alinhamento importante para os Estados Unidos no ponto de vista da defesa da democracia e da questão ambiental. São dois temas muito relevantes. Para o Brasil, esses são dois temas cruciais. Mas a questão da retomada do crescimento para nós é essencial: Qual o lugar que o Brasil vai ocupar nesse contexto em que há uma disputa internacional por investimentos como há muito tempo não se vê”, disse o ministro
“Eu recebi insumos sobre com quem dialogar tanto no governo americano quanto no mundo asiático para que à América Latina seja reservada uma parte da indústria do mundo e em que setores nós podemos nos reindustrializar”, prosseguiu o ministro. Como exemplos, ele citou a indústria automobilística de última geração, o motor híbrido do hidrogênio verde e o etanol.
Ao final da conversa com os jornalistas, Fernando Haddad disse que ficou surpreso com o grau de preocupação da comunidade internacional diante dos atos antidemocráticos do último dia 8 de janeiro em Brasília.
“Eles estão muito chocados com o que aconteceu e, de certa maneira, aliviados pelo fato de a resposta ter sido pronta e consistente. Mas ficaram todos muito preocupados com o que viram pelos meios de comunicação. Uma das razões pela qual eu vim para cá com a Marina Silva foi justamente tranquilizar a comunidade internacional de que o Brasil está funcionando, voltou para o jogo democrático e voltou a pensar grande, voltou à mesa das grandes nações que buscam o desenvolvimento com justiça social e liberdade civis e políticas”, encerrou.
Fonte: Secom