Jaqueline Rodrigues tem 23 anos, é aluna do curso de Jornalismo na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa, e teve um projeto aprovado entre mais de mil estudantes de todo o Brasil. No final do mês de outubro de 2022, sua proposta sobre histórias de trabalhadoras domésticas foi selecionada pelo programa Sound Up Brasil, do Spotify, com duração de seis meses. Entre os 10 selecionados, 5 deles foram da região Nordeste.
“Eu recebi a notícia que tinha sido selecionada na mesma semana da entrevista e foi muito emocionante porque mais de mil pessoas se inscreveram, então foi algo muito impactante para mim, eu não conseguia nem acreditar”, disse a paraibana. A escolha do tema foi de encontro com o que a estudante já pensava em abordar no seu Trabalho de Conclusão de Curso.
O projeto ainda não tem nome definido, mas os ouvintes podem esperar histórias sobre o protagonismo das faxineiras e diaristas paraibanas através dos acontecimentos de vida contados de uma outra perspectiva, indo contra estereótipos associados a essa classe trabalhadora. “Eu busco trazer informações sobre os direitos delas [trabalhadoras domésticas], a histórias delas, porque elas não são apenas uma diarista ou faxineira, são mulheres que têm muitas histórias interessantes, mas que nunca são pautadas”, disse a estudante.
Também não há previsão para o lançamento do podcast, porém, a estudante de Jornalismo promete lançar luz sobre nuances importantes dentro do universo de histórias que uma trabalhadora doméstica pode trazer consigo, para além do que é retratado pela grande mídia. Os dados da Pnad Contínua do IBGE, ano de 2021, mostram que as mulheres são maioria nesse serviço, correspondendo a mais de 90% entre os trabalhadores domésticos. E dessas, 65% são mulheres negras.
A inspiração para o tema abordado no podcast é a própria mãe de Jaqueline, dona Maria Aparecida, de 43 anos, que exerce o trabalho de faxineira e diarista. “Eu sempre via o esforço, as humilhações que ela já passou. A minha mãe sempre será a minha referência como pessoa e para ir atrás dos meus objetivos. Então a minha ideia é trazer ela e tantas outras mulheres para o holofote, lugar que muitas delas nem sabem que isso é possível diante de tantas situações humilhantes”, disse.
Em novembro do ano passado, a estudante viajou até São Paulo para conhecer a equipe e o escritório do Spotify. Atualmente, o projeto está em desenvolvimento a partir de mentorias que os selecionados recebem pela empresa. “Estamos focados na produção do episódio piloto”, disse a estudante.
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Perguntada sobre a melhor experiência da viagem, ela disse que é impossível escolher uma só. “A viagem toda foi uma grande experiência!”, exclamou. Foi a primeira vez que ela viajou sozinha e também que andou de avião. “Não consigo escolher apenas uma experiência, porque toda a viagem foi uma das melhores experiências que eu já tive na vida, mas posso dizer que me sinto outra Jaqueline, mais confiante no meu potencial”, revela.
Como aluna, a entrevistada teve o primeiro contato com o formato podcast por meio da disciplina Oficina de Radiojornalismo, ministrada pela professora Patrícia Monteiro. “A professora trabalha maravilhosamente todas as etapas fundamentais que são a pré-produção, a produção e a pós-produção. Além dos estudos de roteiro, voz, entrevista, reportagem e edição de áudio”, compartilhou. Ela também frisou que a disciplina teve papel fundamental nas suas escolhas.
Somado a isso, Jaqueline também faz parte do projeto de extensão da UFPB chamado “Espaço Experimental”, coordenado pela mesma professora. A equipe produz reportagens que são reproduzidas na Rádio CBN, desde o roteiro, a gravação, as entrevistas e a edição.
A aluna tem a assessoria de imprensa como área preferida no Jornalismo. Também tem muita proximidade na criação de conteúdo no formato de áudio. “No decorrer do curso a gente acaba tendo diversas experiências, mas a ideia de continuar criando um conteúdo no formato de podcast é algo que eu tenho vontade de continuar trabalhando e que eu gosto muito”, pontuou Jaqueline
