A deputada Cida Ramos (PT) promoveu nesta terça-feira (14), na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), a sessão especial alusiva à comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O momento teve a presença virtual e presencial de diversas frentes de movimentos de mulheres, entre elas Fátima Solange, prima de Marielle Franco, e Marlene Cavalcante, tia da vereadora assassinada há exatos cinco anos, um crime que continua sem solução. A data da solenidade, em referência ao 8 de março, foi marcada para esta terça-feira também como homenagem a Marielle.
A senadora Teresa Leitão (PT-PE), a secretária de Políticas Públicas para Mulheres de João Pessoa, Nena Martins, e Isabelle Pontes Ramalho, presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional da Paraíba (OAB-PB) também estiveram presentes. Os discursos da tarde tiveram em comum o desejo por uma sociedade mais justa, segura e igualitária para as mulheres, além da importância da participação e resistência feminina na ocupação dos espaços políticos.
A solenidade começou marcada pela fala de Cida sobre a atuação política das mulheres na ALPB. “Somos deputadas, mas somos tão poucas! Em cento e cinquenta e poucos anos da Assembleia, só seis mulheres dentre trinta e seis deputados. Nossa, como somos poucas! Mas como temos resistência, força para dizer que a cada hora uma mulher é vítima de alguma violência doméstica. Para dizer ‘parem de nos matar’, não aguentamos mais esse feminicídio que significa barbárie social”, disse a deputada.
A importância de reajuste salarial, o respeito à diversidade religiosa, o direitos das mulheres com deficiências, o repúdio às diversas violências contra a mulher, a valorização do respeito, justiça, e da proteção à vida das mulheres foram assuntos presentes nos discursos das convidadas, que fizeram do momento uma oportunidade tanto para celebrar as vitórias conquistadas, como também de lançar luz às diversas violências enfrentadas diariamente pelas mulheres. Ainda no início, foi dedicado um minuto de silêncio às vítimas de covid-19 que perderam suas vidas durante a pandemia.
A vereadora Marielle Franco, brutalmente assassinada há cinco anos, foi destaque na solenidade. A cada discurso, as mulheres presentes ecoavam “Marielle, presente!” entre suas falas. Cida Ramos pontuou a importância da presença das mulheres fazendo política e aproveitou seu espaço de fala para homenagear Marielle.
“Nós temos que estar sim, no parlamento, fazendo a lei, assim como Marielle Franco. Porque ao fazer isso, ela desafiou muitos que queriam a barbárie, o neofascismo, que precisaram destruí-la não porque Marielle era alguém que lutava, mas pelo fato de não suportarem uma mulher tão forte, uma mulher com tanta força de dizer que o lugar dela era onde tinha justiça, porque a luta dela foi por igualdade, por um mundo com democracia, com liberdade, e isso só será possível quando as mulheres tiverem igualdade de gênero”, disse a deputada.
Seguindo os discursos, a tia de Marielle Franco, Marlene Cavalcante, foi destaque entre as falas desta tarde. Ela agradeceu as homenagens que foram feitas e reforçou que a família ainda aguarda o cumprimento da justiça, e que todos os fatos sobre o assassinato da sua sobrinha sejam devidamente elucidados. “Eu só quero dizer que a gente vai lutar, até quando Deus quiser, por justiça. Porque Marielle merece. Nós precisamos saber, o mundo quer saber quem foi que mandou e quem pagou [pelo assassinato de Marielle Franco]”, disse a tia de Marielle.
Fonte: Assessoria de imprensa
