Você costuma desbravar as potencialidades turísticas do interior da Paraíba? No último sábado (29), jornalistas e influenciadores digitais do estado foram convidados a conhecer mais um pouco do Cariri paraibano em Boqueirão. O município promoveu a 1ª Festa do Peixe, evento ao redor de um dos principais cartões postais da cidade, que é o açude Epitácio Pessoa, ou açude Boqueirão, como é popularmente conhecido.
Pescadores, empresários, rede hoteleira, bares, restaurantes e o movimento cultural da cidade se reuniram em comemoração aos 64 anos de emancipação política do município. E nada mais simbólico do que a estrela do evento ser o açude, já que é nele que se movimenta a fonte de emprego e renda dos trabalhadores, entre eles, os pescadores. A festa, que aconteceu entre os dias 28 a 30 de abril, teve como objetivo mostrar as riquezas turísticas da região que são interligadas ao açude e, assim, valorizar o pescador, o manancial e até a prática esportiva.
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Foi no segundo dia de festa que a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Paraíba, por meio da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), juntamente com a Secretaria de Turismo de Boqueirão convidaram o Termômetro da Política para participar do fampress – viagem com jornalistas para uma imersão em um determinado local – com destino à 1ª Festa do Peixe. A secretária de Turismo e Desenvolvimento Econômico, Rosália Lucas, explicou que há uma política pública de interiorização do turismo da Paraíba para equilibrar a economia do desenvolvimento. “O fampress tem o grande objetivo de que a Paraíba conheça o que a Paraíba tem: as belezas da Paraíba”, disse Rosália.
A viagem iniciou no Lajedo do Marinho, passou pelo artesanato das crocheteiras de Boqueirão, o Museu Arqueológico da região, depois pela pousada Flor de Mandacaru e terminou com um espetáculo de pôr do sol em frente ao açude.
O Lajedo do Marinho e a comunidade local participativa
No primeiro destino, o Lajedo do Marinho, seu Manoel conduziu a equipe para a vista mais bonita entre as pedras. Ele explicou que a renda proveniente do turismo de vivência e experiência proposta pela comunidade não é destinada apenas a uma ou duas pessoas. E, sim, dividido entre aqueles que exercem cada um, uma função de trabalho. Ou seja, a comunidade local, composta por cerca de 25 famílias, tenta valorizar o trabalho daqueles que fazem parte da região e, assim, movimentar a economia local.
Por exemplo, quando um café da manhã é oferecido, a prioridade é que os insumos sejam comprados de quem planta na região, ou do mercadinho mais próximo. “O máximo possível de tudo o que é consumido aqui no camping sai de dentro da comunidade. Os associados têm os quintais produtivos. No quintal produtivo de seu Artur tem o ovo, o queijo, tem o leite, tem a goiaba que faz o doce. Tem os outros meninos da associação que recolhem o mel”, disse um dos membros da comunidade, Edriano Araújo.
A esperança em festa
Durante a passagem na pousada, a gerente do local, Liliane Truta, contou que o açude tem grande participação na esperança dos boqueirãoenses. “O açude cheio nos dá um ânimo muito grande. Eu estava conversando com plantadores, com os agrônomos que estão por aqui. E eles falaram que a animação está muito grande!”, disse.
No fim de tarde, diante do açude que estava em festa, palco da 1ª Festa do Peixe, os pescadores fizeram um desfile com seus barcos, em comemoração à emancipação política do município. “A nossa ideia foi valorizar a nossa economia, a gastronomia, o nosso pescador fazendo uma festa que trouxesse economia e renda para a cidade. Foi muito positivo”, avaliou o prefeito de Boqueirão, Marcos Freitas.
Enquanto o sol dava lugar para o início da noite, foram realizados seis sorteios para os moradores da região, sendo cinco redes de pescaria completas e uma canoa. Jonas Ferreira, de 32 anos, natural de Boqueirão, foi o ganhador da canoa. Ele contou que estava sentindo muita emoção em ganhar mais uma canoa, e como plano futuro, prometeu muita pesca para aumentar a sua renda familiar.
O açude, que é atualmente o segundo maior do estado (com volume total de aproximadamente 411 hm³), localiza-se na microrregião do Cariri Oriental, sendo responsável pelo abastecimento hídrico de mais de 400.000 habitantes na cidade de Campina Grande e de outros municípios próximos. A água do açude também é utilizada para consumo humano em comunidades localizadas em seu entorno, e para fins de irrigação, hidratação de animais e recreação.
Com informações da PBTur