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Política -
Cida detona Marco Temporal para demarcação das terras indígenas e critica parlamentares que votaram a favor
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A deputada Cida Ramos (PT) adotou postura firme nesta quarta-feira (7) contra o Marco Temporal de demarcação de terras indígenas, originalmente aprovado pela Câmara dos Deputados como Projeto de Lei 490/2007 e que agora tramita no Senado Federal.

Cida criticou o Marco Temporal durante o Pequeno Expediente da 23ª Sessão Ordinária da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB). Após sua fala, a parlamentar participou da marcha contra o projeto, que aconteceu em frente à ALPB. “Não trata-se apenas de um atentado contra os povos originários, é contra a vida. O que querem é fazer a boiada passar”, disse Cida.

“Tirem as mãos das terras dos povos indígenas”, disse a deputada (Foto: Reprodução/Instagram @cidaramosm)

O PL do Marco Temporal, aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada, determina que esses povos só têm direito às terras que estavam ocupadas ou em disputa em 5 de outubro de 1988, dia em que a Constituição Federal foi promulgada. Mas esse pensamento desconsidera toda a história e ancestralidade dos povos, além de possibilitar a exploração de territórios indígenas, entre outros retrocessos. “Essa questão do Marco Temporal quer acabar com o que o Brasil tem de mais rico e mais importante”, afirmou.

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Em longo discurso, a deputada argumentou que o Marco Temporal não fere apenas os povos originários. A problemática envolve além disso, como a defesa da vida, incluindo a flora e a fauna brasileiras. “Tirem as mãos da natureza, tirem as mãos dos recursos naturais. Deixem de querer nos matar. Não pensem que vocês vão tentar criminalizar o MST [Movimento Sem Terra] e que não terá reação”, defendeu.

“Passar a boiada”

Cida acredita que os parlamentares que votaram a favor do Marco Temporal querem “passar a boiada” ao flexibilizar o acesso às terras, o que trará consequências ao povo e à natureza. A parlamentar atribui esse interesse aos detentores do “grande capital”. “O que o grande capital [quer], o que os parlamentares que estão lá no Congresso e decidiram por esse Marco Temporal, por essa legislação, o que eles querem é passar a boiada em um governo que foi eleito a sangue, suor e lágrimas por indígenas, quilombolas, mulheres, pelos pobres desse país, pelos acampados, e pelos assentados”, disse a deputada.

A parlamentar afirmou que estará em uma única voz e ao lado dos segmentos pelo direito à vida, às políticas públicas, honrando o que todos os parlamentares deveriam estar fazendo. “Lugar de deputado é prestando conta ao povo, é mudando as relações sociais, é fazendo coisas boas, e não querendo matar, criminalizar, e não querendo destruir os verdadeiros donos desse país, que já estavam aqui quando eles escravizaram, quando eles aqui aportaram para tomar conta dessas terras, portanto, tem resistência, tem luta.”

No final da sua fala, Cida demonstrou sentir esperança no fracasso do Marco Temporal. “Se derrotou o fascismo, vai derrotar o Marco Temporal. Toda força, toda luta aos indígenas, ao MST, aos povos originários, à defesa da Amazônia, à defesa do Nordeste, à defesa das áreas da fauna, flora, e dos direitos da natureza”, finalizou.

Fonte: Assessoria de imprensa

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