ads
Cultura -
Exposição sensorial sobre a Mata Atlântica permite sentir a floresta
Termômetro da Política
Compartilhe:

Uma exposição pensada para sentir a Mata Atlântica. Essa é a proposta da mostra Nhe’ẽ ry – Onde os Espíritos se Banham, em cartaz no Museu das Culturas Indígenas, na capital paulista. O museu da Secretaria da Cultura e Economia Criativa de São Paulo é gerido de forma compartilhada com diversos povos e comunidades indígenas.

Exposição tem como objetivo sensibilizar o público sobre a importância do bioma para o planeta (Foto: Joca Duarte/Secretaria Cultura SP)

A expressão Nhe’ẽ ry, que dá nome à mostra, é usada pelo povo guarani para denominar a Mata Atlântica. “Nhe’ẽ ry pode ser traduzida como lugar onde os espíritos se banham. É também uma denominação para a Mata Atlântica, mata que é formada por muitos riachos e rios e é um lugar onde há muita água”, explicou Marília Marton, secretária de cultura e economia criativa, em entrevista.

Veja também
Desenrola Brasil poderá reduzir inadimplência no país em até 40%

Onde há vida, há espíritos

Nhe’ẽ ry é uma espécie de santuário, base de existência e resistência dos povos que nela habitam. “Cada elemento da mata tem seu espírito e seu modo de vida, então quando nós indígenas falamos dos espíritos da mata, estamos considerando toda a vida nela presente: floresta, animais, rios e nascentes. Onde há vida, há espíritos”, explica Sonia Ara Mirim, uma das curadoras da exposição, por meio de nota.

Mostra está em cartaz no Museu das Culturas Indígenas, em São Paulo (Foto: Joca Duarte/Secretaria Cultura SP)

A proposta da exposição é trazer a visão desses espíritos que habitam a floresta e sensibilizar o público sobre a importância da Mata Atlântica para o planeta, bioma que se estende por 17 estados brasileiros e é considerado patrimônio nacional.

Para essa experiência mais ampla, o visitante vai perceber a Mata Atlântica explorando seus sentidos, em uma vivência sensorial. “Essa é uma exposição que não é imersiva, mas tem uma parte para você ouvir e sentir os sons da nossa Mata Atlântica. Quando você anda pelos espaços, eles [curadores e artistas] fizeram questão de colocar várias mudas de plantas da nossa Mata Atlântica. E tem também vários pontos onde você pode colocar o ouvido em uma cabaça para ouvir histórias. É uma exposição muito sensorial”, informou a secretária.

Temas

A mostra foi dividida em quatro eixos temáticos: Caverna dos Sonhos, Pedra que Canta, Viveiro de Plantas e Cartografias da Floresta. O primeiro deles é Caverna dos Sonhos, onde o visitante vai enxergar a mata a partir de projeções, que também simulam os sons lá produzidos.

No espaço Pedra que Canta, uma instalação multimídia vai reproduzir os depoimentos e cantos feitos pelos guardiões da floresta. Em Viveiro das Plantas, o visitante irá conhecer mais de 60 espécies nativas. E em Cartografias da Floresta, serão apresentadas informações para o público sobre os povos que habitam esse território, o patrimônio de fauna e flora e a legislação de proteção desse bioma.

Outras atrações da mostra são um periscópio, pensado para reproduzir a cidade com imagens da floresta sobrepostas por filtros, e um caleidoscópio, que multiplica e distorce a vista do Parque Água Branca, que fica ao lado do museu.

“As pessoas que visitarem a exposição poderão tocar, sentir cheiros, olhar e ouvir. É uma exposição bem bacana, bem sensorial”, definiu Marília Marton.

A mostra tem curadoria de Sonia Ara Mirim, Cris Takuá, Carlos Papá e Sandra Benites. O Museu das Culturas Indígenas abre de terça a domingo, das 9h às 18h, com horário estendido até as 20h, nas quintas-feiras. Os ingressos custam R$ 15 a inteira e R$ 7,50 a meia. Mais informações podem ser obtidas no site do museu.

Fonte: Agência Brasil

Compartilhe: