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Prefeitura de Patos avalia como problema de saúde pública os cães em situação de rua no município
Laura de Andrade - sob supervisão de Felipe Gesteira
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Ao sair de casa, todo patoense se depara com um grande número de cães em situação de rua. O problema chama atenção não só pela integridade dos bichos que estão abandonados, como também pela continuidade do caso que tem colocado a população em risco há anos. O secretário de saúde de Patos, Leônidas Medeiros, reconhece a situação. “Já foi muito pior, precisa melhorar muito, mas nós estamos lutando para tentar vencer essa questão que é um problema de saúde pública no nosso município”, disse. Com prazo para a construção do Centro de Zoonoses da cidade em atraso desde abril deste ano, os casos de pessoas mordidas por cachorros aumentam.

Centro de Zoonoses deveria estar pronto desde abril, mas obras ainda não foram iniciadas (Foto: Laura de Andrade)

Somente no dia 12 de janeiro deste ano, foram contabilizadas 27 entradas de vítimas de mordidas de cachorros na Urgência e Emergência do Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro. Não há como contabilizar se todos eles estavam em situação de rua, mas é inegável que o número chama atenção. Nos dias atuais, entre 1 de junho até esta quarta-feira (21), foram somados 71 casos de atendimentos no mesmo hospital. Quando somados aos números de vítimas de mordidas de gatos, ele sobe para 98.

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Em atendimento a uma ação movida pelo Ministério Público, a Justiça deu prazo até abril deste ano para que a Prefeitura de Patos construísse um Centro de Zoonoses, que não foi cumprido e perdura como promessa, mesmo assistindo de perto o perigo que a população está a mercê.

Na terça-feira (20), o Tribunal de Justiça da Paraíba divulgou a condenação da Prefeitura de Patos por danos morais, além de danos estéticos, a uma criança vítima de ataque de cão em situação de rua. A gestão informou que foi realizada uma visita técnica do Ministério Público, há cerca de trinta dias, para avaliação de um espaço que já funciona como abrigo de animais. A partir da encontro, o órgão do poder executivo municipal ficou responsável por apresentar um projeto para readequação do local no futuro Centro de Zoonoses. “Estamos aguardando o início da execução de uma demanda judicial relativa a essa problemática para entregarmos esse projeto nos autos dessa demanda judicial”, disse Leônidas.

Zoonoses x abrigos

O diretor da Organização não governamental (ONG) Adota Patos, Rafael Gomes, mais conhecido na cidade como Rafael da Civil, não concorda com o modelo de centros de Zoonoses, pois acredita que os animais são submetidos à eutanásia, prática que consiste na morte do animal sem que ele sinta dor ou sofrimento. Ele defende o modelo de abrigos. Ainda que haja a discordância, Rafael acha que não há empenho algum da Prefeitura de Patos em fazer a implantação do Centro. “Não existe empenho [da gestão], a prefeitura já era para ter feito e a ONG não concorda com o modelo do Centro de Zoonoses”, disse. Rafael defende a criação de novos abrigos, uma vez que o existente não comporta a sua estimativa de 15 mil animais em situação de rua existentes em Patos.

Iniciativas da Prefeitura no enfrentamento ao problema de saúde pública

Há o abrigo municipal de animais, que conta com aproximadamente 400 deles em atendimento, onde são alimentados, vacinados, castrados e medicados pela equipe que trabalha no local. A prefeitura também criou um centro para castração, que soma mais de 1.600 cirurgias, além do apoio de um setor de vigilância ambiental, de laboratórios, e serviços ligados à Secretaria de Agricultura. “Já temos diversos serviços do Centro de Zoonoses funcionando em locais diferentes. Então, na verdade, iremos adequar esse local”, disse o secretário.

Matéria alterada às 15h42 do dia 22.06.2023 para ajuste no título.

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