Um dos mais fiéis defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Magno Malta (PL-ES) busca associar seu nome a tudo o que há de mais conservador na extrema-direita, como, por exemplo, apoio ao Estado de Israel. No entanto, deixou ‘escapar’, no final da tarde da quarta-feira (21), durante a sabatina do advogado Cristiano Zanin, no Senado Federal, um ataque aos judeus. O Instituto Brasil-Israel (IBI) aponta antissemitismo na fala do senador.
“Davi [Alcolumbre] não estava aqui, acho que era até vereador, ou era só vendedor mesmo, porque é judeu, vive pra cima e pra baixo”. Essa foi uma das falas do senador Magno Malta. Segundo o IBI, a declaração tem cunho antissemita e é mais um exemplo de como o suposto ‘apoio a Israel’, comum entre políticos de extrema-direita, convive com estereótipos em relação a judeus.
“A fala do senador ilustra com clareza um fenômeno que se repete em um determinado segmento da extrema-direita brasileira. Magno Malta, que sempre fez questão de se colocar publicamente como admirador de Israel, escancara o preconceito recorrendo a uma ideia que associa e generaliza o povo judeu ao acúmulo de riqueza. Um exemplo clássico mostrando, como um imaginário filossemitismo pode também estar associado ao mais tradicional antissemitismo”, alerta o jornalista Morris Kachani, diretor-executivo do Instituto Brasil-Israel.
“A criação da imagem do judeu como uma pessoa associada ao comércio é a origem da associação entre ’judeus’ e ‘dinheiro’”, explica Kachani.
“A comunidade judaica é diversa, tanto no Brasil quanto no mundo. A ideia de tratar pessoas de todo um povo como um bloco monolítico já é, em si, prejudicial. Desumaniza, tira a singularidade de cada indivíduo. Além disso, falsa associação de judeus ao poder foi o que levou a perseguições históricas, como na Alemanha da década de 30, e nos Pogroms russos”, afirma o jornalista.
Fonte: Assessoria de imprensa