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Política -
Vereador evangélico move ação contra atitudes homofóbicas do pastor André Valadão
Laura de Andrade - sob supervisão de Felipe Gesteira
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A escolha da orientação sexual de alguém parece ser um empecilho na tentativa de dominação do pastor da Igreja Batista da Lagoinha, André Valadão. Atualmente, o Ministério Público Federal (MPF) apura crime de transhomofobia nas falas do religioso, que chegou a declarar, em nome de Deus, o desejo de exterminar a todos que não sejam heterossexuais. O vereador de João Pessoa, Marcos Henriques (PT), é evangélico e não se conforma com as atitudes transhomofóbicas do pastor. Nessa quinta-feira (5), o parlamentar protocolou uma denúncia junto ao MPF. “Não podemos admitir que pessoas continuem a cometer abertamente esses crimes de discriminação e ódio impunemente”, disse.

Vereador é evangélico e discorda das atitudes transhomofóbicas do pastor (Foto: Reprodução/Instagram)

Marcos Henriques é um vereador de viés progressista e fiel à religião cristã. Para ele, a postura do pastor já passou dos limites do que considera tolerável. “Ele sempre defendeu a homofobia, sempre foi homofóbico, transfóbico, sempre teve uma visão inversa daquilo que a Bíblia prega”, afirmou Henriques.

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Marcos lembra que a liberdade de expressão não pode ser confundida com o crime de homofobia, nem de culto ou credo, característica comum disseminada entre os seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Você vê um pastor que defende Bolsonaro, que vê as famílias indo e voltando à miséria plena, e defende uma total falta de políticas de inclusão social e políticas públicas para aquele povo […] Pastores como esse, que mentem, que usam o nome de Deus por conta de suas opções conservadoras políticas vão pagar um preço muito alto. E não sou eu que vou cobrar esse preço. É Deus, é Jesus Cristo”, disse.

Sobre a ação, Marcos Henriques ressalta que não se trata de perseguir igrejas. “Vocês precisam entender que a religião é usada para nossa espiritualidade. O nome de Deus deve ser exaltado. Deus é amor, Deus é paz, Deus não prega esse tipo de ódio. E contra isso, vocês vão ter que responder na Justiça, vocês são irresponsáveis e vão pagar pelos crimes que estão cometendo”, finalizou. 

De acordo com a denúncia, o pastor cometeu crime previsto no artigo 20 da Lei 7.716/89, cuja pena é de reclusão de 2 a 5 anos e multa. A denúncia também está de acordo com o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão nº 26, de 2019. Na ocasião, a Corte proferiu decisão estabelecendo que as práticas de “homofobia e transfobia” devem ser enquadradas no conceito de racismo.

Confira o documento na íntegra

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