No dia 28 de setembro, a partir das 9h, o Senado Federal vai realizar uma audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais, proposta pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), para discutir a possibilidade de regulamentar o mercado de cigarros eletrônicos no Brasil e os riscos ocasionados pela falta de controle com base em regras sanitárias. O debate sobre a regulamentação doas chamados vapes, considerados mais prejudiciais à saúde do que os cigarros comuns, tem ganhado força no país e, pela primeira vez, o tema será discutido em âmbito político, uma vez que, até então, a discussão estava restrita à Anvisa.
Serão mais de 15 participantes, entre eles, o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, o fundador e primeiro chefe da agência, Gonzalo Vecina Neto, e o médico Jorge Alberto Costa e Silva, presidente do Instituto Brasileiro do Cérebro e ex-diretor do grupo Tabaco e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), que originou a Convenção-Quadro para Controle do Tabaco.
Médicos internacionais como Louise Ross, especialista do Serviço Nacional de Cessação do Tabagismo do Reino Unido, e Karl Olov Fargeström, especialista em antitabagismo e inventor do método de medição de dependência da nicotina, também vão expor suas experiências e resultados do uso do cigarro eletrônico.
Em julho de 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu manter a proibição de importação, propaganda e venda de cigarros eletrônicos no Brasil. A restrição começou em 2009, mas a comercialização continua ocorrendo de forma ilegal no país.
De acordo com a Anvisa, estudos científicos demonstram que o uso dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) está relacionado com aumento do risco de jovens ao tabagismo, potencial de dependência e diversos danos à saúde pulmonar, cardiovascular e neurológica.
Em material divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba, o pneumologista Sebastião Costa alertou que o cigarro eletrônico pode causar cancro e gengivite. Para a diretora-técnica de Ciência e Tecnologia Médica e Correlatos da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) da Paraíba, Helena Teixeira de Lima Barbosa, além de favorecerem o aumento da iniciação ao uso e à consequente dependência da nicotina entre os não fumantes, causam inúmeros danos à saúde humana. Dentre os riscos à saúde destacam-se a presença de substâncias cancerígenas ainda mais agressivas no vapor, a evidência de danos celulares no DNA, o aumento de chance de infarto agudo do miocárdio e a asma.
Com informações da assessoria de imprensa