É falso que o Produto Interno Bruto (PIB – soma de todos os bens e serviços finais produzidos no estado) da Paraíba tenha subido oito posições, estando acima do Brasil e do Nordeste. A falsa notícia (fake news) foi divulgada nessa segunda-feira (4) pelo Conselho Regional de Economia da Paraíba (Corecon-PB) por meio da conta oficial do órgão na rede social digital Instagram.
Apesar de números otimistas divulgados nesta terça-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com crescimento do PIB do Brasil pelo terceiro semestre consecutivo, pouca coisa mudou em relação aos estados. A Paraíba continua entre as unidades da federação com altos índices de pobreza.
Aprofundando a informação falsa, a publicação do Corecon-PB diz que o PIB da Paraíba saiu “da 18ª posição em 2020 para a 10ª posição entre os estados brasileiros em 2021”. O órgão alega ter utilizado como fonte o site do Governo da Paraíba, porém os números divergem dos dados oficiais divulgados pelo IBGE.
Com base no Sistema de Contas Regionais 2021, divulgado pelo IBGE, a Paraíba aparece no ranking entre os estados com a 19ª participação no PIB do Brasil, com 0,9%. Confira:
Ainda que tenha se baseado na notícia divulgada pelo Governo da Paraíba, a publicação do órgão de fiscalização profissional dos economistas que atuam no estado induz a uma falsa narrativa. Há dois problemas na postagem do Corecon-PB: o erro na informação sobre a posição no ranking e a dissociação do crescimento em relação ao volume de bens e serviços.
É verdade que a Paraíba cresceu acima da média. No entanto, considerar apenas o fator crescimento e criar um ranking isolado sem associar o cálculo à proporção do volume gera uma falsa sensação de que a Paraíba teve uma movimentação da economia maior do que de outros estados.
Afinal, é mais fácil empurrar um carrinho de rolimã ou um trator, estando ambos parados? Assim funciona a narrativa do ‘crescimento’. Afirmar que a Paraíba cresceu mais que o Brasil e o Nordeste é usar a matemática a favor da narrativa, pois qualquer ganho a partir de números menores será exponencialmente maior.
Confira a publicação do Corecon-PB