Ao andar por Patos, no Sertão da Paraíba, é possível observar serviços realizados junto de córrego, falta de acessibilidade em praça, de saneamento básico, obra atrasada há cerca de dez anos. Lacunas que revelam a ausência de planejamento na área da infraestrutura pública da cidade, responsabilidade do poder público. Na Capital do Sertão, o apoio dado pela gestão do prefeito Nabor Wanderley (Republicanos) para os serviços de infraestrutura tem falhado. Ainda no segundo mês do ano, as notícias mostram problemas que envolvem a realização de reparos sem eficiência e, consequentemente, mau uso de dinheiro público.
A falta de planejamento da Prefeitura de Patos pode ser observada em um recente acontecimento no bairro do Salgadinho. Uma leve chuva danificou um trecho de pavimentação asfáltica recém construído pela Prefeitura de Patos na rua Manoel Torres. Exatamente onde o serviço foi realizado, havia também a presença de um córrego que acabou prejudicando a obra e poderia ser evitado, se houvesse projeto e planejamento para evitar o problema.
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No mês anterior, a população do bairro do Matadouro também foi prejudicada pela má execução do serviço que gerou danos ao asfalto recém construído. Neste caso, a obra necessitava de uma solução para o escoamento de águas pluviais onde passaria o asfalto. No entanto, a questão foi ignorada pela Prefeitura.
A falta de acessibilidade da Capital do Sertão chamou atenção do Ministério Público da Paraíba (MPPB). O problema impede que moradores consigam adentrar no prédio da Prefeitura Municipal, bem como de utilizar uma das principais praças da cidade, a Edvaldo Mota, localizada no Centro. A gestão de Nabor não garantiu o acesso por meio da ação da gestão municipal, mas a Justiça determinou que as devidas obras sejam realizadas para correção das falhas de infraestrutura.
O Teatro Municipal Ernani Sátyro de Patos, obra que se arrasta há quase 10 anos e ainda não foi entregue, também chama a atenção da população. Afinal, são muitos anos de espera. Nabor anunciou que neste ano a gestão receberá cerca de R$ 12 milhões do Governo do Estado para que a obra seja concluída. Segundo o prefeito, o convênio foi assinado no final de dezembro de 2023 pela deputada estadual Francisca Motta (Republicanos), a então prefeita de Patos quando a construção foi iniciada, em 2013.
A Prefeitura de Patos justifica o atraso na entrega da obra, no que diz respeito à atual gestão, está associado às licitações desertas. A obra do teatro segue sem previsão de ser entregue.
O desenvolvimento socioeconômico com qualidade de vida passa pela garantia de uma boa infraestrutura à população. Serviços de saneamento básico, se não são bem executados, impactam diretamente na qualidade de vida dos moradores, além de representar mau uso de dinheiro público. Portanto, a manutenção da rede de infraestrutura dos municípios, sejam grandes ou pequenos em dimensão, populosos ou nem tanto, interfere diretamente em como o habitante vai poder viver a cidade. É de responsabilidade da administração pública local ser eficiente na gestão e alcançar, cada vez mais, um maior desenvolvimento. Nesse sentido, a infraestrutura é determinante. Para isso, é necessário financiamento, planejamento e uma boa execução.
A população que vive em Patos também sofre com problemas de saneamento básico. O município tem cobertura muito abaixo da média. De 34.417 residências abastecidas por água, 5.234 possuem esgotamento sanitário por rede coletora, ou seja, 15,2% da população, conforme dados de 2017 da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre saneamento, vinculado à Secretaria Nacional de Saneamento (SNS) do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), dados de 2021 apontam que apenas 13,36% da população de Patos é atendida com esgotamento sanitário, frente a média de 57,24% do estado e 66,95% do país.
Em janeiro, o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) manteve uma condenação ao município de Patos para que sejam realizadas obras de implantação de rede coletora de esgotos e tratamento para a população que reside na rua Sebastião Monteiro, no bairro Monte Castelo.
O Termômetro da Política entrou em contato com o secretário de infraestrutura Junior Bonfim, mas o mesmo não respondeu às perguntas enviadas.
*Sob supervisão de Felipe Gesteira