Buega Gadelha sustentou os escândalos, mas não a decisão judicial. Afastado de seu cargo pelo Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT 13ª Região), o histórico mandatário transferiu nessa sexta-feira (15) a presidência da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEPB) para o empresário José William Montenegro, o vice-presidente mais antigo da entidade.
José William terá 30 dias para convocar o Conselho da Federação e realizar a eleição para escolher o futuro presidente. Os três candidatos são os vice-presidentes: Clodoaldo Amorim, Cassiano Pereira e o próprio José William, preferido de Buega.
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Esses três vice-presidentes fazem parte da chapa eleita, que enfrentou diversos questionamentos relacionados à falta de transparência e impasses judiciais devido à não prestação de contas durante a gestão de Buega. Em um dos casos, a Justiça anulou uma ata e considerou as contas de 2021 como reprovadas.
Curiosamente, o texto publicado na página oficial da Fiep omitiu completamente a informação sobre a decisão judicial
O parecer do Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre a destituição de Buega Gadelha do comando da FIEPB lista diversos fatos atípicos que corroboram para a perda de mandato. Entre eles está apontada suposta má conduta do diretor, mau uso dos recursos da instituição e desvio de dinheiro para pagamento de despesas de familiares e advogados para questões pessoais.
No trecho que fala do uso de dinheiro da instituição para pagar passagens aéreas de familiares, a defesa alega que Buega precisou de acompanhante devido à sua condição de saúde e idade avançada, porém, de acordo com o MPT, ele abusou:
“Nas viagens em que o Sr. Francisco Gadelha se guiou por um familiar, o valor necessário para assegurar o embarque do ajudador totalizou R$ 10.060,61. Em algumas ocasiões, porém, o Presidente da Fiep encontra- se acompanhado por duas ou três pessoas, sem esclarecimento acerca do suporte estatutário ou da deliberação interna que teria autorizado o custeio dos R$ 40.685,90 para deslocamentos de pessoal alheio aos quadros da federação”.
O parecer do MPT também revela gastos com advogados para questões pessoais. Conforme o relatório, Buega pagou R$ 150 mil para um escritório criminalista. para o Ministério Público, o pagamento é descabido.
“Em face do panorama explanado, notabiliza-se o descabimento dos pagamentos efetuados pela federação paraibana a profissionais de advocacia contratados para prestar serviços ao Sr. Francisco Gadelha e a outros representados. Com efeito, as notas fiscais e os comprovantes de transferência adunados sob Id. 48c8912 notabilizam transferência de quantia excedente a R$ 150.000,00 efetuadas pela Fiep a Rigueira, Amorim, Caribé, Caúla & Leitão – Advocacia Criminal no primeiro semestre de 2021”.
Com informações do Jornal da Paraíba e da FIEPB.