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Dia do Meio Ambiente: pesquisadora critica últimas gestões de JP e alerta população para as eleições municipais de 2024
Termômetro da Política
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Nesta quarta-feira (5), Dia do Meio Ambiente, a geógrafa e pesquisadora Andréa Porto Sales escreveu um texto, compartilhado na rede social digital Instagram, em que questiona “quem apresentará um plano de ação para uma João Pessoa mais verde?”. A pesquisadora afirma que entre os anos 2000 a 2022 foram desmatados mais de 863 hectares na capital paraibana. “Ao redor do mundo, cidades estão quebrando o concreto para abrir espaço para a natureza crescer. Na nossa cidade, continuam derrubando árvores para abrir espaço para os carros circularem”, disse Andréa.

Pesquisadora criticou gestões de Cícero Lucena, Ricardo Coutinho e Luciano Cartaxo (Foto: Reprodução/Instagram)

Ainda durante o texto, a pesquisadora lembra aos leitores que 2024 é ano de eleições municipais e critica não só a gestão do atual prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), como também as anteriores, dos ex-prefeitos Ricardo Coutinho (PT) e Luciano Cartaxo (PT). Outro que também concorre nas eleições deste ano e teve participação ativa no primeiro escalão da gestão anterior de Cícero foi o deputado federal Ruy Carneiro (Podemos-PB).

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“As eleições estão na porta. Queremos um modelo de cidade que apresente os elementos que tornam a nossa relação com a natureza mais saudável”, escreveu.

Além de tecer críticas às gestões anteriores, Andréa lembra que os eleitores da capital paraibana podem demonstrar que querem outro modelo de cidade a partir da boa escolha dos seus representantes na política, logo, através do voto. “Por mais ações regenerativas e menos greenwashing!”, finaliza.

Confira o texto na íntegra

“Vivemos uma crise de vínculo e de representação da natureza. Já não conseguimos discernir nossa relação com o que tem vida, à natureza, e nem os seus limites. Em João Pessoa, entre 2000 a 2022, desmataram mais de 863 hectares na nossa cidade (mapa do post). Ao redor do mundo, cidades estão quebrando o concreto para abrir espaço para a natureza crescer. Na nossa cidade, continuam derrubando árvores para abrir espaço para os carros circularem.

Será mesmo esse modelo de cidade que queremos? Do concreto, dos carros, engarrafamento e estacionamentos pagos? Quem irá nessas eleições apresentar um plano de ação para uma João Pessoa mais verde? A data de hoje foi criada em 1972 para marcar a importância da conscientização sobre a preservação ambiental. E o que conseguimos? Construir um estado de emergência.

O diagnóstico é grave. Nossa cidade está na plataforma AdaptaBrasil, criada para monitorar a situação dos municípios brasileiros com relação ao risco climático, com uma pontuação de 4.8 (considerada risco alto). E, há cerca de um mês, o prefeito Cícero Lucena, aprovou com ampla maioria na Câmara Municipal de João Pessoa, um projeto que dispõe sobre a possibilidade de serem instalados empreendimentos nas Áreas de Preservação Permanente (APP). Isso é um completo absurdo. Um retrocesso perigoso. E uma estupidez.

Precisamos dessas áreas reflorestadas para garantir nossa segurança e qualidade vida diante do risco climático. Além disso, nós precisamos de banho de natureza para minimizar o estresse e incentivar o contato das nossas crianças com ela. Afinal, só se protege e cuida daquilo que se conhece e muitas das nossas crianças já não sabem mais reconhecer nossos animais e plantas nativas.

Esse ano podemos demonstrar que queremos um outro modelo de cidade. As eleições estão na porta. Queremos um modelo de cidade que apresente os elementos que tornam a nossa relação com a natureza mais saudável. Ou seja, uma cidade compacta, um sistema de transporte pautado na descarbonização, unidades de conservação com plano de manejo e APP reflorestadas, um sistema de saneamento eficiente com tratamento adequado e manejo racional do nosso lixo e resíduos, mais acesso à natureza e educação ambiental popular e nas escolas, etc..

Só assim a gente vai sair desse abismo.

Por mais ações regenerativas e menos greenwashing!”

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