A comissão temporária do Senado que planeja a comemoração dos 200 anos da Confederação do Equador promove na quinta-feira (8) audiência pública na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), em João Pessoa, para debater o tema. O encontro contará com a participação de professores, pesquisadores e especialistas no assunto.
O objetivo do grupo é planejar e coordenar as atividades comemorativas do bicentenário da confederação, revolta iniciada em 1824 no Nordeste contra a monarquia de Dom Pedro I e em defesa da implantação de um regime republicano. A comissão já esteve no Ceará e em Pernambuco.
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A audiência fecha a agenda de eventos da comissão na Paraíba, que começa na segunda-feira (6), às 10h, com uma reunião entre professores e especialistas no Instituto Histórico Arqueológico, Histórico e Geográfico do estado para a conferência de documentação referente ao acontecimento histórico.
Na terça-feira, às 10h, o grupo se reúne no Museu Histórico de Campina Grande para a aferição de documentos, material iconográfico e produções artísticas, e mais tarde, às 15h, promove reunião com professores historiadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e especialistas no tema.
A comissão foi estabelecida a partir do requerimento RQS 752/2023 apresentado pela senadora Teresa Leitão (PT-PE). Na justificativa do plano de trabalho, a senadora destaca que o movimento desempenhou um papel vital na construção da identidade nordestina e, em particular, pernambucana, “inspirando os brasileiros a lutar por um país onde todas as vozes sejam ouvidas, as liberdades individuais, respeitadas e a justiça prevaleça indistintamente”.
A Confederação do Equador eclodiu em julho de 1824, em Pernambuco, e se espalhou para as províncias vizinhas, como Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. A revolta foi reprimida pelas tropas imperiais, resultando na execução de 31 pessoas, entre 1824 e 1825. Entre os condenados, estava Frei Joaquim do Amor Divino, conhecido como Frei Caneca, que se tornou um ícone revolucionário.
No requerimento de criação da comissão, Teresa sustenta que a revolução da Confederação do Equador foi um marco na história das lutas democráticas no Brasil.
“Na esteira das transformações inspiradas pela independência, muitos brasileiros ansiavam por um governo mais representativo e participativo. A confederação simbolizou essa aspiração ao buscar a criação de uma república federativa na região Nordeste, na qual diferentes estados pudessem colaborar em um sistema de poder descentralizado”, diz a senadora.
Fonte: Agência Senado