Indiciado pelo estupro de vulnerável de quatro crianças, o pediatra Fernando Cunha Lima foi denunciado por mães de pacientes que teriam presenciado os abusos durante as consultas. A conclusão do inquérito foi divulgada em coletiva de imprensa na Central de Polícia.
Segundo o Jornal da Paraíba, a defesa de Fernando Cunha Lima afirmou que soube do indiciamento através da imprensa. Em respeito ao sigilo do processo, não poderá falar mais detalhes. O pediatra já prestou depoimento, no entanto, a delegada não deu detalhes devido ao segredo de justiça.
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A delegada afirmou que o caso foi encaminhado ao Poder Judiciário da Paraíba. Em caso de novas denúncias, um novo inquérito pode ser aberto pela Polícia Civil.
As investigações do caso passaram a acontecer desde que uma mãe denunciou, formalmente, um estupro de vulnerável contra uma criança de nove anos, no dia 25 de julho, sendo tornado pública no dia 6 de agosto. Com a repercussão, três sobrinhas do médico denunciaram que foram abusadas por ele na infância. No entanto, os crimes já prescreveram, por terem acontecido há cerca de 20 anos. Por isso, elas se tornaram testemunhas.
Segundo a Polícia Civil, depoimentos colhidos nos últimos dias apontam que pode existir um “modus operandi”, ou seja, um padrão praticado pelo pediatra nos últimos 33 anos. A informação foi confirmada pelo delegado Cristiano Santana, superintendente da Polícia Civil, ao destacar que as vítimas costumam ser meninas e ter todas entre 4 e 9 anos no momento em que foram abusadas.
A Polícia Civil pediu, na última quinta-feira (8), a prisão preventiva de Fernando Paredes Cunha Lima. O pedido deve ser analisado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).
A delegada Isabel Bezerra considerou os últimos acontecimentos sobre o caso, como depoimentos de mães de pacientes e familiares do pediatra que também relataram situações de abuso cometidos pelo médico.
Dois promotores de justiça do Ministério Público da Paraíba (MPPB) já se averbaram suspeitos com relação ao processo criminal contra o médico pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, que é suspeito de cometer uma série de estupros contra meninas entre 4 e 9 anos. Assim, o processo deve ser agora redistribuído para um terceiro promotor, ainda sem definição sobre quando isso vai acontecer.
Só quando houver um parecer do MPPB é que, pelos trâmites legais, a Justiça vai decidir se acata ou rejeita o pedido de prisão preventiva, que foi encaminhada na quinta-feira (8).
Além de pedriatra conhecido em João Pessoa, Fernando também fazia parte da diretoria da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de João Pessoa (APAE). Com a divulgação das denúncias, o pediatra foi afastado da instituição, e a APAE informou que não atuava como médico no local desde 2022, aponta o Jornal da Paraíba. Ele também é escritor e poeta, com diversos livros publicados, entre eles “Fernando em Pessoa”, “Girassóis urbanos” e “Sonetos com nome de Soneto”.
Parte de uma tradicional família da Paraíba, Fernando Cunha Lima é irmão de Arthur Cunha Lima, conselheiro afastado do Tribunal de Contas da Paraíba após ser investigado pela Operação Calvário, da Polícia Federal, que apura desvio de recursos da saúde e educação por meio de Organizações Sociais.
Em 2015, Fernando Cunha Lima foi homeageado pela Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), com a Comenda Poeta Ronaldo Cunha Lima, que leva o nome do falecido ex-governador da Paraíba e primo de Fernando.
Com informações de Jornal da Paraíba