Após cinco anos e oito meses após a primeira denúncia oficial, o professor do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), que ocupava o cargo de diretor-geral do campus de Itabaiana, Antônio Isaac Luna de Lacerda, é demitido. Ele estava sendo investigado por suspeita de ter assediado e mantido relações sexuais com uma série de estudantes menores de 18 anos. A portaria que oficializa a demissão foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (7), citando “valer-se do cargo para lograr proveito pessoal”, “incontinência pública e conduta escandalosa” e não “manter conduta compatível com a moralidade administrativa” como justificativas da decisão.
Antônio foi suspenso de suas funções de professor após as denúncias em 2022 e teve um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) aberto contra ele. A denúncia foi feita pela engenheira Ana Paula Moreno, ex-esposa do professor, que foi informada por estudantes sobre os abusos.
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O IFPB ainda afirmou que investiga todas as denúncias recebidas e que, em 2019, tomou conhecimento das acusações de assédio sexual no campus de Itabaiana, mas não conseguiu identificar os envolvidos.
Ana Paula Moreno disse ao g1 que conseguiu mapear algo em torno de 30 casos de assédio cometidos pelo ex-marido, mas que nem todas as meninas quiseram se expor. Algumas por medo, outras por não entenderem ainda a gravidade dos casos. E que, assim, na denúncia se limitou a citar seis pessoas que enviaram “prints” das conversas com o professor.
A denúncia é um documento de quase 100 páginas, que tenta descrever cronologicamente os fatos entre 2019 e 2022.
O documento possui prints de conversas que aconteceram por meio de bate-papo em redes sociais digitais. Assuntos sobre sexo e encontros amorosos eram muitas e aconteciam entre as estudantes menores de 18 anos e o professor. Tem também a reprodução de uma conversa em que ele supostamente ameaça a ex-esposa.
Isaac Lacerda também é alvo de uma investigação criminal que ainda está em curso no Ministério Público Federal (MPF). O caso segue em sigilo, pois envolve pessoas menores de 18 anos. Nem o MPF, nem a Polícia Federal manifestaram-se sobre o assunto.
Com informações de g1 e Paraíba Feminina
