A orientação do Partido dos Trabalhadores sobre qual deveria ser o posicionamento nas cidades onde há enfrentamento ao bolsonarismo no segundo turno das eleições não deixou nenhum filiado em dúvida. Porém, houve quem divergisse. Em João Pessoa, o deputado estadual Luciano Cartaxo (PT) foi o primeiro a puxar a fila da traição ao partido, defendendo “neutralidade”. Outro que nesse fim de semana também disse que não votaria em nenhum dos candidatos foi o ex-governador Ricardo Coutinho (PT), que logo após recebeu uma enxurrada de críticas na própria publicação onde fez o anúncio, na rede social digital Instagram, e em seguida viu seu grupo rachado. Ex-secretária na gestão de Ricardo e ex-prefeita de Conde, Márcia Lucena declarou que seguirá com o PT nacional e declarou voto em Cícero Lucena (PP).
“A gente se livrou do Bolsonaro, mas o bolsonarismo tá aqui, tá acolá”, disse Márcia Lucena, que hoje ocupa o cargo de diretora de Departamento de Articulação, Fomento e Educação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Para Márcia, apesar de não considerar Cícero como ideal, Queiroga representa “muitos andares abaixo desse buraco”.
“Não se trata de apoiar Cícero, se trata de votar contra Queiroga. Não podemos validar o fascismo, o bolsonarismo, por meio de um instrumento tão valioso para a democracia como o voto. Vote contra Queiroga!”, disse Márcia Lucena.
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Outro petista aliado de Márcia que também declarou voto em Cícero foi Flavio Tavares. Ex-secretário de Planejamento da Prefeitura de Conde na gestão de Márcia, Tavares hoje é coordenador-geral de Articulação e Planejamento da Secretaria Nacional de Periferias, do Ministério das Cidades.
“Diante dessa conjuntura tão complexa é muito importante a gente tomar uma decisão madura, racional, e acho que a gente não pode de maneira nenhuma dar vazão a esse projeto que a gente já conhece nacionalmente. Por mais que a gente tenha críticas à gestão de Cícero Lucena, hoje seu partido, o PP, é um aliado nessa frente ‘amplíssima’ que o governo do presidente Lula formou aqui dentro do Congresso Nacional, em Brasília, e de alguma maneira essa estratégia nacional é importante pra gente manter Bolsonaro bem distante da nossa região”, disse.