A CPI das Bets, ou das apostas on-line, deverá ser instalada nesta sexta-feira (25). De iniciativa da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), a comissão vai investigar a atuação do crime organizado e o vício dos usuários nesses jogos. Soraya citou que a CPI vai desvendar como as empresas não registradas no Ministério da Fazenda trocam de CNPJ para continuar lucrando. Já o senador Marcos Rogério (PL-RO) defende que a CPI analise também os crimes de lavagem de dinheiro e a facilidade que os apostadores têm para se viciarem nas chamadas bets. A reunião de instalação está marcada para 14h.
O requerimento de criação da CPI (RQS 680/2024), da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), foi endossado por outros 30 senadores e lido em Plenário no dia 8 de outubro. O mínimo de assinaturas necessárias para a criação de uma CPI é de 27 senadores. O número de integrantes da comissão será de 11 titulares e 7 suplentes.
A CPI terá 130 dias para concluir seus trabalhos, com um limite de despesas de R$ 110 mil. De acordo com o requerimento, a CPI também vai investigar a possível associação das empresas de apostas on-line “com organizações criminosas envolvidas em práticas de lavagem de dinheiro, bem como o uso de influenciadores digitais na promoção e divulgação dessas atividades”.
A intenção, de acordo com Soraya Thronicke, é analisar a prática de evasão de divisa e de lavagem de dinheiro, além da influência de personalidades brasileiras no funcionamento dos programas de apostas. A suspeita é de que os softwares sejam programados para causar prejuízo aos apostadores e sempre garantir uma margem exagerada de lucro às empresas. Após a leitura do requerimento em Plenário, a senadora também destacou o fato de o vício em jogos on-line ser silencioso, ao contrário do vício em álcool ou drogas ilícitas.
A CPI das Bets é a segunda a investigar esse tipo de empresa no Senado. A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, instalada em abril, teve seu prazo prorrogado até fevereiro de 2025. O colegiado, presidido pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), tem como relator o senador Romário (PL-RJ). O objetivo é investigar atos relacionados às denúncias e suspeitas de manipulação de resultados no futebol brasileiro, envolvendo jogadores, dirigentes e empresas de apostas.
Fonte: Agência Senado