Três jornalistas foram mortos durante um ataque aéreo israelense em uma pousada onde estavam diversos profissionais de imprensa no Líbano, de acordo com as agências de notícias France-Presse (AFP) e Reuters, com base em informações da mídia estatal libanesa. O bombardeio aéreo aconteceu na cidade de Hasbaya, no sul do país, na madrugada da última sexta-feira (25).
“Nosso correspondente em Zahle reportou a morte de três jornalistas em um ataque israelense a Hasbaya”, informou a Agência Nacional de Notícias do Líbano. “Aviões de combate israelenses atacaram às 3h30 locais a fronteira entre o Líbano e a Síria.” De acordo com a Reuters, as vítimas foram o cinegrafista Ghassan Najjar e o engenheiro Mohamed Reda, ambos da emissora Al-Mayadeen, pró-Irã, além do cinegrafista Wissam Qassem, da Al-Manar, ligada ao Hezbollah.
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“Isso é um crime de guerra”, disse o ministro da Informação libanês, Ziad Makary. Pelo menos 18 jornalistas de seis veículos de mídia, incluindo Sky News, Al-Jazeera e emissoras libanesas, estavam hospedados nas pousadas.
Repórteres no local e o Ministério da Defesa libanês relataram que os jornalistas estavam dormindo no momento do ataque. “O ataque contra a residência dos jornalistas foi deliberado, e há outros jornalistas feridos de canais árabes,” afirmou Ghassan bin Jiddo, diretor da Al-Mayadeen, em uma postagem no X. “Culpamos integralmente Israel por este crime de guerra, que visou equipes de jornalistas”, disse.
De acordo com a agência, as mortes aconteceram 24 horas após um ataque israelense que atingiu um escritório usado pela Al-Mayadeen nos subúrbios de Beirute. “Ouvimos o avião voando muito baixo, foi isso que nos acordou, e então ouvimos os dois mísseis”, disse Muhammad Farhat, repórter do veículo libanês Al-Jadeed, à Reuters.
Israel ainda não se manifestou sobre o ataque até a última atualização desta reportagem, mas o governo israelense, em geral, nega ter jornalistas como alvo de ataques.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã disse que “o ataque deliberado à residência de jornalistas no Líbano é mais um exemplo dos brutais crimes de guerra de Israel”. Irã e Israel são rivais regionais e protagonizam acirramento de tensões em meio a embates israelenses com grupos armados apoiados pelo Irã, como o Hamas e o Hezbollah.
O Comitê de Proteção de Jornalistas (CPJ) relatou que, até 24 de outubro, investigações preliminares mostraram que pelo menos 128 jornalistas e trabalhadores da mídia foram mortos desde o início da guerra em Gaza, tornando este o período mais mortal para jornalistas desde que o CPJ começou a coletar dados em 1992.
A maioria das vítimas são trabalhadores da mídia palestina: 123 palestinos, dois israelenses e três libaneses. Pelo menos cinco jornalistas foram mortos no último ano de conflito no Líbano.
Com informações de g1