Henrique Meirelles é considerado no mercado financeiro um dos homens mais respeitados de todo o mundo. Foi presidente internacional do Bank Boston, presidente do Banco Central do Brasil no primeiro governo Lula e ministro da Fazenda no governo de Michel Temer. Nas eleições presidenciais de 2018, concorreu ao cargo máximo do Poder Executivo pelo MDB, mas terminou apenas na sexta colocação, com 1.288.948 votos, o equivalente a 1,2% do eleitorado. Em entrevista recente concedida ao podcast Stockpickers, um programa voltado ao mercado financeiro, Meirelles afirmou que aquele pleito foi decidido pela facada contra o então candidato Jair Bolsonaro.
Veja também
Brasil terá Pé-de-Meia para licenciaturas, diz ministro da Educação
“Aquela campanha foi essencialmente alterada por uma questão. De uma lado tinha o candidato do PT, que era o Fernando Haddad, do outro lado tinham vários candidatos, eu inclusive, Geraldo Alckmin era candidato, existiam outros candidatos, e o Bolsonaro também era candidato, só que o Bolsonaro levou uma facada”, afirmou.
Meirelles reconhece a facada como trágica para a saúde do ex-presidente da República. “Do ponto de vista de saúde, dramático, péssimo, tem sequelas até hoje, mas muito bem cuidado, está resolvido”, e destaca as vantagens sob o ponto de vista eleitoral:
“Fato é que o Bolsonaro no hospital teve duas vantagens: primeiro não precisava participar de debate, nem dar muita declaração, isso mais uma grande ação na mídia social gerou um efeito positivo, pois ele teve mais tempo de televisão do que todos os demais candidatos somados. Era ele lá no hospital, entubado. A campanha foi decidida por isso, uma campanha de emoção da população, de alguém que estava no hospital, doente, tinha levado uma facada”, finalizou.