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Cultura -
Imortais da Academia Brasileira de Letras abrem Festa Literária Internacional de Maricá
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No Litoral do Rio de Janeiro, a Prefeitura Municipal de Maricá lançou nessa terça-feira (29), data em que se comemora o Dia do Livro, a 9ª edição da Festa Literária Internacional de Maricá (Flim), na Casa Darcy Ribeiro, em Cordeirinho, com a presença de quatro imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL). Godofredo de Oliveira Neto, Carlos Nejar, Antônio Torres e Antônio Carlos Secchin, com mediação da jornalista Cristina Aragão, participaram de uma ciranda literária. A Flim deste ano será realizada entre os dias 1º e de 10 de novembro, na orla do Parque Nanci, e terá o cartunista Ziraldo como homenageado.

Godofredo de Oliveira Neto, Carlos Nejar, Antônio Torres e Antônio Carlos Secchin, com mediação da jornalista Cristina Aragão, participaram de uma ciranda literária (Foto: Gabriel Ferreira/Divulgação)

A subsecretária de Comunicação Social, Amanda Pereira, abriu o evento destacando a presença dos membros da ABL que classificou como os “imortais das narrativas, escritas através do tempo e eternizadas pela língua e literatura”. Antes da ciranda, alunas da Escola da Terceira Idade recitaram poesias dos escritores convidados. Em seguida, os imortais foram anunciados ao som do violoncelo de Pedro Szigethy.

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Com o conceito “Maricá, a nossa história a gente escreve aqui”, os imortais debateram sobre o poder das narrativas na construção de imaginários. Poeta e crítico literário, Antônio Carlos Secchin, leu um poema de Carlos Drummond de Andrade, em celebração a data de nascimento, no dia 31 de outubro – o escritor brasileiro faleceu em 1987. Godofredo de Oliveira Neto acrescentou que a “a escritura é o que traz sentido”.

Carlos Nejar agradeceu pelo convite, enalteceu a escolha do lugar que classificou como “ar altamente poético” por seu o local onde morou o escritor e educador Darcy Ribeiro e destacou a força da palavra.

“Eu conheci Darcy Ribeiro e estar aqui é um momento muito especial. A palavra nos torna sem idade, nós voltamos a uma nova evolução do tempo. Toda a literatura está ligada à infância do menino. Nós temos que resguardar esse menino. Não há criação sem leitura e nós estamos ligados aqueles que vieram antes. Cresci lendo muitos livros na biblioteca do meu pai e descobri que amava as palavras. Nós somos poetas porque temos uma força grande da infância. A imaginação é a força que a palavra tem para mover o mundo”, afirmou Nejar.

Antônio Torres elogiou o tema da Flim, que fala sobre construção de memórias da literatura como ferramenta de transformação, e contou como nasceu seu interesse por poesias e poemas.

“A pauta desta festa literária me encantou demais. Tenho uma memória muito forte desse poder sobre o escritor porque venho do sertão numa terra sem rádio e sem notícias. O imaginário ali era muito alimentado pela contação de histórias ao pé de um fogão de lenha todas as noites. Isso me ajudou a construir o imaginário. O meu mundo de fabulações vem dessa infância sem livros até chegar à escola, quando uma professora, com seu método de leitura em voz alta, me fez conhecer e ler um poema de Castro Alves”, destacou o escritor.

O evento foi encerrado com o Passaporte Poético – um sarau reunindo música, teatro e poesia – e um show de jazz.

Flim 2024

Organizada pela Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Educação, a Festa Literária Internacional de Maricá (Flim) será aberta para a população na sexta-feira (1), na orla do Parque Nanci. A programação acontece das 9h às 20h, incluindo palestras, debates, shows, roda de conversa, talk shows com convidados especiais, entre escritores, artistas e pesquisadores para um bate-papo com o público, além de atividades voltadas para adultos e crianças.

Fonte: Prefeitura de Maricá

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