ads
Justiça -
Alvo da PF chefiou pasta ligada à Presidência em 2022; plano homicida e golpista foi impresso no Palácio do Planalto
Termômetro da Política
Compartilhe:

Ao menos quatro militares das forças especiais do Exército estão entre os alvos da Operação Contragolpe para desarticular uma suposta organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado. A investigação da Polícia Federal (PF) mostra que um dos autores do plano imprimiu o documento que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, dentro do Palácio do Planalto.

Mário Fernandes esteve à frente da Secretaria-Geral como interino (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Segundo o relatório da Polícia Federal, o documento, nomeado como “Plj.docx”, foi impresso pelo general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência de Jair Bolsonaro, Mário Fernandes, em 6 de dezembro de 2022, às 18h09. Durante esse período, Bolsonaro estaria presente no Palácio do Planalto.

Veja também
Plano para matar Lula só não ocorreu por detalhe, diz Pimenta

“A Polícia Federal aponta que o documento contendo o planejamento operacional denominado ‘Punhal verde amarelo’ foi impresso pelo investigado Mário Fernandes no Palácio do Planalto, no dia 09/11/2022, ocasião em que os aparelhos telefônicos dos investigados Rafael Martins de Oliveira (Joe) e Mauro Cesar Cid estavam conectados a ERBS que cobrem o Palácio do Planalto, e posteriormente levado até o palácio do Alvorada, local de residência do presidente da República, Jair Bolsonaro. (…) ‘O então presidente da República Jair Bolsonaro também estava no Palácio do Planalto. No mesmo período, verificou-se também a presença concomitante, na região do palácio do Planalto, de Mauro Cid e Rafael de Oliveira. Conforme descrito no tópico 2.2. desta peça, a Polícia Federal comprovou que o então Major Rafael de Oliveira (Joe), Força Especial (‘kid Preto’), lotado no Batalhão de Ações e Comando, BAC, foi um dos integrantes da operação ‘copa 2022’, que efetuaria a prisão/execução do ministro Alexandre de Moraes no dia 15/12/2022”, informa o documento.

Alvo

A pedido da PF, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, autorizou a prisão preventiva de Mário Fernandes; e dos tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo. Também foi autorizada a prisão preventiva do policial Wladimir Matos Soares.

Fernandes é descrito pela PF como “um investigado de perfil radical, com registros de intenções antidemocráticas antes mesmo do resultado das eleições presidenciais de 2022”, tendo “atuado diretamente com pessoas acampadas” diante do Quartel General do Exército após o fim do pleito daquele ano.

Na decisão do ministro, os quatro principais alvos da operação são identificados como kids pretos, oficiais militares especializados em operações especiais.

Alexandre de Moraes afirma que, ao longo da investigação, a PF reuniu indícios de que, após executá-lo, o grupo planejava matar o presidente Lula e vice-presidente Geraldo Alckmin para “impedir a posse do governo legitimamente eleito e restringir o livre exercício da democracia e do Poder judiciário brasileiro”.

Ainda de acordo com o ministro, a Polícia Federal sustenta que os investigados se valeram de “elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas”.

O agente federal Wladimir Matos Soares teria auxiliado o núcleo militar, “fornecendo informações que pudessem de alguma forma subsidiar as ações que seriam desencadeadas”. O planejamento teve seu auge a partir de novembro de 2022 e avançou até dezembro do mesmo ano, em uma operação denominada pelos investigados de Copa 2022.

Com informações de g1 e Agência Brasil

Compartilhe: