Por meio de seu Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou nessa segunda-feira (23) 16 indivíduos, entre eles policiais militares, por formação de milícia privada, extorsão e lavagem de dinheiro.

A ação foi movida na 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, decorrente da Operação Aurora, iniciada no dia 16 de dezembro em parceria com as Corregedorias da Polícia Militar e da Polícia Civil.

O objetivo era desmantelar um esquema de comercialização ilegal de pontos comerciais para trabalhadores autônomos no Brás, em São Paulo, com a quebra de sigilos bancário e fiscal. Atualmente, nove dos denunciados estão em prisão preventiva.

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A operação começou após o Gaeco receber um ofício da Corregedoria da PM indicando que agentes de segurança pública estavam cobrando pagamentos regulares dos comerciantes para permitir suas atividades na região, conhecida por seu comércio popular.

Muitos dos vendedores são imigrantes sul-americanos sem acesso a crédito, forçados a recorrer a agiotas para pagar os criminosos. Estes agiotas, por sua vez, utilizavam os próprios policiais militares para fazer cobranças violentas aos devedores.

Uma testemunha protegida relatou ao Gaeco que, após seis anos trabalhando na Rua Tiers, um grupo começou a exigir o pagamento de R$ 15 mil por ano e R$ 300 por semana para que ela pudesse continuar exercendo sua atividade na área.

As investigações também revelaram que uma escrivã da Polícia Civil, atual ou ex-companheira de um sargento da PM, foi flagrada participando de atos de extorsão organizados, intimidando comerciantes e demonstrando fortes vínculos com a milícia local. Entre os alvos da operação, há policiais tanto em atividade quanto aposentados.

Com informações do MPSP